A crise econômica que o país enfrenta rendeu às empresas juniores da UFJF mais espaço no mercado. Atualmente, a instituição conta com 12 empresas, que contemplam 19 cursos. Formadas por alunos sob a supervisão de professores, as organizações prestam serviços para clientes reais, com baixo custo e alta qualidade.
Todas as empresas juniores do Brasil têm em comum o fato de realizarem projetos e serviços que auxiliam na formação profissional dos estudantes, tornando-os mais capacitados e preparados para o mercado. Os serviços de uma empresa júnior são, no mínimo, 15% mais baratos que a média do mercado – o baixo custo ocorre porque o foco das empresas juniores não é lucrar, mas desenvolver os seus membros, transformando-os em profissionais melhores e com potencial para mudar o país.
“A maioria dos nossos clientes é de novos empreendedores que buscam a comunicação para alcançar o seu mercado. Com a crise, sentiram mais necessidade de aparecer para o público e, com certeza, pesquisaram valores para isso’’, diz a diretora presidente da Acesso, formada por alunos de Jornalismo da UFJF, Veronica Bernardino.
A Mais Consultoria Jr, criada pelos alunos do curso de Engenharia de Produção da UFJF, já conseguiu alcançar clientes além dos limites de Juiz de Fora, realizando projetos para micro, pequenas e médias empresas de Bicas, Barbacena e Três Rios. O diretor presidente, Icaro Abreu, destaca que a crise influenciou de maneira positiva no aumento da demanda dos serviços prestados. “No ano de 2015 tivemos um aumento de 20% no número de projetos e faturamento em relação a 2014. Com a crise, as empresas, visando manter e melhorar a qualidade dos produtos e serviços prestados, vem procurando investir em consultoria de qualidade e estão enxergando essa qualidade nas empresas juniores”. Para o ano de 2016, a previsão é de que os números cresçam ainda mais. “Fechamos o segundo semestre de 2015 com crescimento de 40% no número de projetos e de 17% em faturamento em relação ao primeiro semestre de 2015”.
O ano de 2015 também teve balanço positivo para a Campe Consultoria Junior, empresa formada por alunos da faculdade de Administração e Ciências Contábeis. Mesmo com um segundo semestre mais fraco em faturamento, a diretora de Marketing, Maria Alice Cordeiro, destacou que muitas parcerias e projetos foram realizados durante o ano. E, para ela, 2016 já começou de maneira promissora: “Fizemos mais atendimentos nos primeiros meses de 2016 comparado ao início do ano passado”.
A maior empresa júnior do país é a UCJ, da UFMG. A organização oferece consultoria empresarial, sendo composta por estudantes dos cursos de Administração, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis, Relações Internacionais e Controladoria e Finanças. “Em 2015, nós realizamos 47 projetos e faturamos quase R$ 300 mil. Desses R$ 300 mil, cerca de R$ 20 mil foram de outras receitas, mas o restante foi de projetos’’, conta o diretor presidente da empresa, Marcelo Canabrava de Andrade. Para ele, é difícil atribuir o sucesso a uma única causa. “Seria estranho eu falar que todo o sucesso da UCJ se deve a um único fator, sendo a crise ou não. Se hoje eu estou aqui na UCJ fazendo um bom trabalho, foi porque pessoas vieram antes e tornaram isso possível’’, finalizou o empresário júnior.
Segundo dados da Confederação Brasileira das Empresas Juniores (Brasil Júnior), existem 1.011 empresas juniores em atividade em todo país, sendo Minas Gerais o estado com maior número: são 157 empresas não-federadas e 58 vinculadas à Federação das Empresas Juniores de Minas Gerais (FEJEMG).