Pesquisadora utilizou a obra Maíra, de Darcy Ribeiro, para analisar a narrativa plural construída pelo antropólogo (Foto: Divulgação/Fundação Darcy Ribeiro)
A leitura crítica da obra Maíra, de Darcy Ribeiro, a partir da problematização de questões ligadas à representação identitária e histórica do índio brasileiro norteou a dissertação da mestranda Vanessa Gonçalves Oliveira. O estudo analisou a relação entre história e literatura a fim de refletir como o discurso ficcional pode resgatar fatos silenciados. A pesquisa, intitulada “Maíra, de Darcy Ribeiro: nas linhas da ficção, uma outra história do Brasil”, foi apresentada ao programa de Pós-graduação em Letras – Estudos Literários, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
De acordo com a acadêmica, com base em pesquisas bibliográficas, a dissertação discutiu a narrativa plural construída pelo antropólogo Darcy Ribeiro de maneira a problematizar a maneira como as identidades e as histórias indígenas eram representadas. Foi com esse objetivo que a obra Maíra foi escolhida, uma vez que é relevante na busca pela desconstrução do arquétipo do índio como bom selvagem. Vanessa observa que a obra demonstra a importância da cultura indígena em si e não apenas em função da cultura brasileira como um todo.
“Com base nas lacunas da história oficial é que podemos ouvir vozes que foram esquecidas ou silenciadas. No romance, podemos observar a apropriação de um passado esquecido e paralelo com o presente. Além disso, ao representar as falas dessa minoria, nesse caso, a voz dos índios, sujeitos inaudíveis para a história oficial, Maíra contribui para a construção da memória coletiva da nossa sociedade brasileira”, pontua Vanessa.
Sobre os questionamentos levantados pelo estudo em relação aos processos de formação da identidade brasileira, a orientadora, Bárbara Inês Ribeiro Simões Daibert, destaca o retorno que a pesquisa traz à população. “Essa dissertação é importante porque trabalha nossas questões nacionais por meio da literatura, reelaborando a crítica sobre nossa formação enquanto nação e as implicações de imagem de povo mestiço que aparece como nosso retrato”.
Contatos:
Vanessa Gonçalves Oliveira (Mestranda) – Barbara.simoes@ufjf.edu.br
Bárbara Inês Ribeiro Simões Daibert (Orientadora) – Vanessa.litterae@gmail.com
Banca Examinadora:
Bárbara Inês Ribeiro Simões Daibert (UFJF)
Alexandre Graça Faria (UFJF)
Luiz Fernando Medeiros de Carvalho (PUC/Rio)
Outras Informações:
(32) 2102-3118 – Programa de Pós-graduação em Letras