A mestranda Lívia Machado Lima Makris investigou como questões odontológicas podem ser as principais causas da inflamação das mucosas do seio maxilar, provocada pela doença conhecida como sinusite. A acadêmica apresentou a pesquisa “Avaliação da topografia dos dentes posteriores e sua relação com o seio maxilar”, nessa quarta-feira, 24, no Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica (PPGCO), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
“Geralmente o paciente trata de sinusite crônica com um otorrino, tomando antibióticos por vários meses e não tem o resultado adequado do tratamento. Nesse sentido, o meu trabalho veio mostrar que, na maioria das vezes, o paciente sofre na verdade de uma sinusite maxilar odontogênica causada pela questão dentária”, explica a pesquisadora.
Para investigar as causas da sinusite maxilar odontogênica, Lívia recorreu ao banco de imagens da Clínica Odontológica da UFJF. Foram analisados os exames de 113 pacientes, com idades entre 20 e 72 anos, totalizando 226 maxilares e 1660 raízes dentárias. “Medi a raiz de cada dente separadamente, com a distância em relação ao ponto do ápice pro seio maxilar.”
De acordo com a acadêmica, entre os fatores que podem desencadear esse tipo de sinusite, estão a proximidade ou contato direto do ápice da raiz com o seio maxilar, além de “dentes com cárie que causam necrose pulpar, tratamento de canais, cirurgias ortognáticas, extração ou implantes”, por exemplo.
A idade média dos pacientes analisados pelo estudo é de 34 anos. No entanto, a pesquisadora explica que “qualquer paciente que tenha o ápice da raiz próximo ao seio maxilar, com alguma infecção endodôntica, provavelmente pode desencadear a sinusite maxilar odontogênica, independente da idade.”
O estudo possibilita um olhar interdisciplinar sobre as causas, diagnósticos e tratamentos da doença. “Os profissionais precisam ter mais consciência dos exames que podem ser pedidos para detectar a sinusite maxilar odontogênica, pois, muitas vezes, o paciente não descobre a doença porque o profissional não solicita uma Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Aqui na UFJF, temos esse serviço disponível para os pacientes, então, isso facilita o nosso trabalho.”
A pesquisa desencadeou a produção de outros dois trabalhos, que estão em fase inicial, no Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica (PPGCO). O professor orientador, Celso Neiva Campos, explica que as pesquisas, agora, pretendem relacionar os sintomas da doença com a proximidade das raízes dentais e o seio maxilar. “Aguardamos que as novas pesquisas possam trazer uma grande contribuição, principalmente estimulando o médico otorrino a pensar um pouco na condição dental porque, muitas vezes, eles tratam esses pacientes durante muitos anos quando, na verdade, a infecção do seio maxilar é causada pelo dente.”
Contatos:
Lívia Machado Lima Makris (mestranda)
dra.liviamlima@gmail.com
Celso Neiva Campos (Orientador – UFJF)
cncampos@terra.com.br
Banca examinadora:
Prof. Dr. Celso Neiva Campos (Orientador – UFJF)
Profa. Dra. Karina Lopes Devito (UFJF)
Prof. Dr. Paulo Sérgio D’Áddazio (Suprema)
Outras informações: (32) 2102 – 3881 – Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica (PPGCO)