Com organização de estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o evento “O Legado Cultural Africano” acontece entre a próxima segunda, 20, e o sábado, 25. As atividades serão realizadas em comemoração ao Dia da África, que é celebrado no dia 25. O Teatro Paschoal Carlos Magno e o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM) irão receber as ações da programação.
O encontro é voltado a alunos, docentes e integrantes da comunidade externa. A intenção é refletir sobre o atual estado dos países africanos e as comunidades afro, suas tradições, vivências, filosofias, histórias e culturas.
A comissão organizadora responsável pelo evento é formada por 14 alunos de graduação e pós-graduação da UFJF, oriundos de países africanos como Senegal, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau, República do Congo, dentre outros. A Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) é parceira do encontro. A UFJF já acolheu edições do evento em celebração ao Dia da África em anos anteriores.
Para o doutorando em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e um dos integrantes da comissão organizadora do evento, Raul Ié, o propósito do evento é apresentar o legado africano à sociedade, a partir de dois âmbitos, o cultural e o acadêmico. Assuntos como afrocentricidade, raça, relações raciais e capitalismo são alguns dos diversos temas que serão discutidos.
“Estamos discutindo e refletindo sobre a África, mas sobre como o Brasil vem contribuindo na educação da África ou trabalhando questões políticas no continente. Queremos dar continuidade na forma de conhecer o pensamento do outro, mesmo dentro de um mesmo continente”, afirma.
Ainda de acordo com Raul, as palestras foram idealizadas com o objetivo de refletir sobre a atual situação do continente e de afrodescendentes espalhados em todas as partes do mundo. Dessa forma, os temas das conferências estão relacionados com temas como o estado socioeconómico da África; a filosofia africana; as relações raciais e o capitalismo e as relações políticas e sociais e a aproximação do Brasil e do continente africano em relações bilaterais.
“Participar deste evento é uma das formas de reconhecer o que os primeiros líderes africanos experimentaram quando pretendiam tornar o nosso continente livre. Também é uma forma de descolonizar, em termos epistêmicos, as sociedades africanas e afrodescendentes”, conta Ié.
Dia da África
Entre as décadas de 1940 e 1950, estudantes africanos se reuniram para pensar uma forma de conseguir a independência em seus países diante do imperialismo europeu. Em 25 de maio de 1963, foi criada a Organização da Unidade Africana (OUA), na cidade de Addis Abeba, na Etiópia, com o propósito de defender os países colonizados. Outros objetivos dos ativistas eram lutar contra o colonialismo e o neocolonialismo, trabalhar pela promoção da paz e pela solidariedade entre os países africanos.
No ano de 1973, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o dia 25 de maio como o Dia Internacional da África. Já em 9 de julho de 2002, a Organização da Unidade Africana (OUA) passou a se chamar União Africana. A entidade é composta por 55 países e promove a integração entre os países africanos em diversos aspectos.
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) apoiam a realização do evento.
Confira a programação completa.