Abram alas para a alegria, as cores, o confete e os sorrisos. Chegou o Carnaval e, com ele, o cortejo de fantasias, adereços e bonecos presentes na nova mostra “No balancê”, em exibição até 3 de março, no Museu de Cultura Popular, instalado no Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A entrada é gratuita e as visitações ocorrem de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h (exceto entre os dias 12 e 16).

“No balancê” reúne mais de 39 itens, originários do Rio de Janeiro, de Juiz de Fora e, inclusive de Veneza (Foto: Divulgação)

A exposição transforma-se em um verdadeiro desfile, no qual diferentes períodos e culturas carnavalescas se encontram, demonstrando, dessa forma, a riqueza artística que nasce das comemorações populares. São mais de 39 itens em exibição, originários do Rio de Janeiro (RJ), de Juiz de Fora (MG) e, inclusive, de Veneza (Itália). Cada peça possui a capacidade de levar os visitantes a uma viagem no tempo, trazendo para perto aquela intensa e singular atmosfera de uma das festas populares mais conhecidas no mundo ocidental e maior festividade do Brasil.

Entre os destaques, estão as miniaturas de bonecos vestidos com fantasias que marcaram – e ainda marcam – os carnavais. Confeccionados por artesãos nacionais, utilizando diferentes materiais, eles chamam a atenção pela multiplicidade de cores vivazes e formas extravagantes. Os visitantes têm, por exemplo, a oportunidade de admirar uma boneca caracterizada como baiana, fiel representante da alegria brasileira, com seu grande vestido rodado, repleto de babado em verde e amarelo.

Origem das fantasias

As fantasias garantem a leveza e o tom de brincadeira à festa (Imagem: Divulgação)

As fantasias garantem a leveza e o tom de brincadeira à festa. Personagens do universo infantil, como, por exemplo, super-heróis, fadas e bruxas, encontram-se com figuras do universo cinematográfico; seres mitológicos dançam e pulam juntamente com palhaços de circo. É dessa mistura criativa, desse encontro – até então inimaginável – que nasce a beleza e o clima de descontração que envolve os foliões nesta época do ano.

O hábito foi introduzido no Brasil no século XX, através dos bailes de fantasias e máscaras, inspirados na cultura italiana. Naquela época, os clubes italianos resgatavam o carnaval de Veneza juntando-se aos desfiles das grandes sociedades. Esses bailes se tornaram uma tradição e perduraram durante décadas, dando origem aos concursos de fantasia, em que o luxo imperava.

Uma viagem pelo Carnaval da Itália
Alguns dos personagens representados nas peças em exibição são o Pierrô e o Arlequim, popularizados pela Commedia dell’Arte italiana e eternizados através de marchinhas que cantam sobre sua história. Os figurinos fazem parte do acervo do Grupo Divulgação. Os personagens, criados no século XVI para satirizar os costumes sociais da época, conquistaram o público e passaram a fazer parte das fantasias mais requisitadas para as comemorações.

A Itália marca presença na exposição através das icônicas máscaras venezianas. Com seus traços refinados, pinceladas de cores, brilhos, lantejoulas e penas, despertam o fascínio de quem as observa. As expressões representadas trazem o ar de mistério e a curiosidade em descobrir quem é a pessoa que se esconde por detrás dela. O Carnaval de Veneza é um dos mais antigos do mundo, com sua primeira menção na história datada de 1094. As máscaras começaram a ser utilizadas a partir do século XVII, a fim de possibilitar que as pessoas pudessem se manter anônimas, livres para aproveitarem o festejo sem se preocuparem com convenções sociais.

As máscaras começaram a ser utilizadas a partir do século XVII para que as pessoas pudessem aproveitar os festejos de forma anônima (Imagem: Divulgação)

A exposição “No balancê” desempenha o papel de resgatar a história do Carnaval brasileiro e de outras partes do globo, permitindo às novas gerações o contato com as raízes dessa cultura e, às gerações passadas, a possibilidade de relembrar tempos tão preciosos.

O Forum da Cultura fica na Rua Santo Antônio, 1112, Centro, em Juiz de Fora.

Outras informações
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