
Cossbe realiza capacitação em primeiros socorros na Casa Helenira Preta. (Foto: Comunicação Progepe)
No Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, a equipe da Casa Helenira Preta participou de uma capacitação em primeiros socorros que uniu conhecimento técnico e prática sobre situações de emergência. A ação foi promovida pela Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-estar (Cossbe), vinculada à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe) a pedido da coordenadora do projeto de extensão Polo Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão sobre o Processo de Envelhecimento, que atende cerca de 250 pessoas — em sua maioria idosas.
Responsável por conduzir a primeira parte do treinamento, a médica perita da Cossbe e cardiologista, Lilian Marzullo, destacou a relevância do encontro no contexto do Dia Mundial do Coração. “Não poderia ter sido em melhor data, já que as doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo. O Suporte Básico de Vida (SBV) é essencial para aumentar as chances de sobrevivência diante de uma parada cardiorrespiratória (PCR) e minimizar danos neurológicos, especialmente fora do ambiente hospitalar”, explicou.
Ela lembrou que a resposta deve ser imediata: “O cérebro não tolera mais de quatro minutos sem oxigênio, já apresentando lesão cerebral. Após dez minutos sem reanimação, ocorre morte cerebral estabelecida.” Para reforçar a importância da prevenção, apresentou dados alarmantes: até 29 de setembro, mais de 300 mil pessoas morreram no Brasil por doenças do coração em 2025, segundo o cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A médica também ressaltou que, no país, ocorrem cerca de 200 mil paradas cardiorrespiratórias por ano, sendo mais da metade em ambientes não hospitalares, como residências, shoppings e aeroportos. “Estima-se que 30% dessas mortes poderiam ser evitadas com medidas de prevenção e resposta rápida, como compressões torácicas, uso de desfibriladores externos automáticos (DEAs) e treinamentos populacionais”, completou.
Orientações práticas
As enfermeiras da COSSBE da UFJF, Quéren Carvalho e Sabrina Molica, conduziram a parte sobre outras emergências do dia a dia, como engasgos, convulsões, desmaios, queimaduras e cortes. Para as atividades práticas, foram utilizados uso de bonecos e equipamentos, cedidos pela Faculdade de Enfermagem.
Com experiência em serviços de emergência em Belo Horizonte, Sabrina Molica destacou a importância da comunicação com o socorro especializado: “Ligar e transmitir as informações mais precisas possíveis ao serviço de emergência pode salvar vidas, pois direciona a equipe para a condução adequada daquela situação.”
Público majoritariamente idoso
A iniciativa surgiu de uma demanda apresentada pela assistente social Anna Cláudia Rodrigues, gestora da Casa Helenira Preta e vice-coordenadora do Polo sobre o Envelhecimento. Segundo ela, o perfil do público atendido exigia maior preparo da equipe. “Atendemos majoritariamente idosos e, conforme nossa base de dados de 2024, 64% apresentam algum problema de saúde, como hipertensão, artrose, diabetes e hipotireoidismo.”
Ela relata que apenas no último ano, foram três intercorrências de saúde, incluindo com um colaborador terceirizado. Por isso, a capacitação é importante para preparar toda a equipe em uma situação de emergência. “Foi muito precioso ter noções básicas, mínimas, de como agir até a chegada do socorro especializado. O contato com o DEA e a prática das manobras nos deu um horizonte, uma base fundamental para atuar em situações diversas”, pontua.
O vigilante Amarildo Nascimento, que já participa regularmente de cursos do Corpo de Bombeiros, também avaliou positivamente a atualização: “É sempre bom a gente se reciclar, porque muita coisa na área da saúde muda. A gente aprende técnicas novas, que podem ajudar tanto no cuidado com idosos quanto em situações envolvendo crianças.”
