A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) concluiu a etapa de Diagnóstico do seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). A fase foi realizada entre os dias 17 de março e 30 de abril, a partir da aplicação de um formulário junto à comunidade acadêmica dos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares. Ao todo, foram registradas 220 respostas válidas, que permitiram identificar percepções, práticas e desafios relacionados ao manejo de resíduos sólidos na Instituição.

Etapa do diagnóstico foi desenvolvida nos meses de março e abril, a partir da aplicação de um formulário nos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares (VisualHunt)

A participação foi composta majoritariamente por estudantes (38,2%), seguidos por servidores técnico-administrativos em Educação (32,7%) e docentes (28,6%). Apenas uma resposta foi registrada entre trabalhadores terceirizados. Cerca de 86% dos respondentes são do campus Juiz de Fora, enquanto 14% pertencem ao campus Governador Valadares.

Entre os resultados, mais de 94% dos participantes concordaram que o PGRS é um instrumento fundamental para o manejo adequado dos resíduos sólidos. Também se destacou a percepção de que a UFJF possui grande potencial para atividades de Educação Ambiental não formal: mais de 95% afirmaram que a Instituição pode ser espaço privilegiado para ações de sensibilização e formação.

Por outro lado, um dos pontos críticos identificados foi a falta de informação clara sobre programas institucionais de Educação Ambiental. Essa questão teve a menor média de concordância entre todas as analisadas (2,42 em escala de 1 a 5), com mais de 57% dos respondentes discordando que recebem informações suficientes sobre o tema. Além disso, nas respostas abertas, diversas manifestações reforçaram a necessidade de ampliar a divulgação e a visibilidade das práticas de descarte e do gerenciamento de resíduos na Universidade.

Os dados também apontam diferenças na percepção sobre os tipos de resíduos. Enquanto a maioria demonstrou conhecimento sobre a destinação de resíduos recicláveis (fração seca), o nível de informação foi significativamente menor em relação aos resíduos orgânicos. No caso dos resíduos especiais — como laboratoriais, de serviços de saúde e eletroeletrônicos —, a comunidade apresentou maior grau de concordância sobre a importância de cuidados específicos, com 98% apoiando a existência de um plano direcionado a esse tipo de material.

Para o presidente da comissão, professor Samuel Castro, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, resultados mostraram que, apesar da consciência geral sobre a importância do manejo adequado, a participação efetiva no planejamento e na execução ainda é limitada (Foto: Prefeitura de Carmo de Minas)

Comissão
O trabalho é conduzido por uma comissão designada por meio de uma portaria do Conselho Superior (Consu). A comissão é composta pelos professores do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Samuel Castro e Jonathas Silva; pelo professor do curso de Farmácia, Fabiano Costa; e pelos TAEs Wander Clay Dutra, representando a Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra), e Janezete Marques, da Diretoria de Sustentabilidade e Patrimônio.

Segundo Castro, presidente da comissão, a aplicação do formulário, com resultado reportado na Nota Técnica, oportunizou a participação da comunidade acadêmica no processo de elaboração do PGRS da Instituição, sendo possível traçar o perfil da percepção da comunidade acadêmica sobre os resíduos sólidos gerados na UFJF. “Os resultados mostraram que, apesar da consciência geral sobre a importância do manejo adequado, a participação efetiva no planejamento e na execução ainda é limitada, o que compromete a efetividade das ações.”

O docente reforça que “foi evidenciada a necessidade de fortalecer a mobilização e a conscientização da comunidade acadêmica, por meio de comunicação clara e contínua, campanhas educativas, divulgação das práticas de descarte correto e criação de espaços permanentes de diálogo.”

Observa-se que a gestão de resíduos na UFJF depende da integração entre planejamento participativo, infraestrutura adequada, educação ambiental e estratégias de comunicação eficazes. “Esse conjunto de ações assegura não apenas o atendimento às demandas legais, mas também o fortalecimento do compromisso institucional com a sustentabilidade, a responsabilidade socioambiental e a formação cidadã”, conclui Castro. 

Próxima etapa
Com base no diagnóstico, a comissão avança agora para a etapa do Prognóstico. Nesse contexto, a comunidade acadêmica é convidada a participar da Oficina de Prognóstico dos Resíduos Sólidos – UFJF, que será realizada no dia 3 de outubro.

 O encontro abordará três eixos estratégicos: Infraestrutura e Equipamentos; Gerenciamento e Operacionalização; e Comunicação e Educação Ambiental. A atividade tem como objetivo consolidar propostas e metas que irão orientar o plano definitivo, com foco na melhoria contínua do gerenciamento de resíduos nos dois campi da UFJF.

Segundo a comissão responsável, o plano será fundamental para atender às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e, sobretudo, para fortalecer a cultura institucional de responsabilidade socioambiental.

Confira a Nota Técnica completa

Outras informações
(32) 2102-6377 / (32) 2102-6331
Diretoria de Sustentabilidade e Patrimônio