
Projeto A ciência que fazemos promove encontro com pesquisador e estudantes da Escola Municipal Antônio Faustino. (Foto: Marcella Victer)
Por que será que o gelo derrete? O que fazer para evitar que isso aconteça? Como explicar esse fenômeno utilizando o método científico? Todas essas perguntas foram a base da conversa com os estudantes conduzida pelo pesquisador do Departamento de Matemática e diretor do Centro de Ciências, Marco Antônio Escher, na última quinta-feira, 27. O cientista visitou a Escola Municipal Antônio Faustino para conversar com os alunos do 8º e 9º anos sobre o método científico e sua importância para o desenvolvimento da ciência e tecnologia.
O encontro faz parte do projeto “A ciência que fazemos”, que tem como objetivo desmitificar a imagem estereotipada do cientista e mostrar como o conhecimento impacta o cotidiano da sociedade.
Como a ciência funciona? O gelo te explica

Pesquisador Marco Escher conversa sobre método científico com estudantes. (Foto: Marcella Victer)
Depois de se apresentar e falar com os alunos que toda a sua formação foi feita em escolas e universidades públicas, o bate-papo com uma pergunta: “o que é o método científico?”, e a resposta vem de imediato por parte dos alunos: “é construir conhecimento!”. A partir desta participação, o pesquisador usa o gelo para exemplificar as etapas do método e como ele ajuda no processo cientifico.
“Por que será que o gelo derrete?”, inicia Escher. “Vamos supor que temos um pacote de gelo aqui e eu queira que esse gelo dure até amanhã, mas constato que em meia hora ele está derretido. Por que isso acontece?”, questiona. “Por causa da temperatura!”, pontua um dos alunos. “Se eu pegar duas quantidades iguais de gelo e colocar uma aqui na sombra e outra sob o sol, o que eu vou observar?”, exemplifica o cientista. “Que aquele sob o sol vai derreter mais rápido que o da sombra”, participa o estudante.
A proposta do docente é pensar na situação como um experimento. Utilizando o método científico podemos comprovar que a razão do derretimento é a troca de temperatura. “O primeiro passo é observar o fenômeno, que neste caso é o gelo derretendo. A próxima etapa é a elaboração de um problema, e aqui é que não queremos que ele derreta”, explica o professor.
Escher então apresenta a formulação de uma hipótese: “Se eu colocar o gelo mais protegido do sol, ele vai derreter mais devagar”. A hipótese possibilita o início de um experimento. Vou pegar o gelo e colocar sob o sol, outra quantidade igual na sombra e uma terceira em uma caixinha de isopor, por exemplo. A partir disso, vou observar e ter um resultado”.
O professor explica que, após o experimento, na caixa de isopor é observado uma maior concentração de gelo, na sombra, um pouco de água e no sol somente água, provavelmente, já evaporando. Por fim, de acordo com esse resultado, tem-se uma conclusão: ambientes sob controle de temperatura o gelo fica conservado por mais tempo, enquanto em ambientes mais quentes, ele derrete mais rápido.

Professora Anna Carolyne Duque da Escola Municipal Antônio Faustino foi a responsável por receber a equipe da UFJF. (Foto: Marcella Victer)
“Todo mundo aqui é um pequeno cientista no nosso dia a dia”
Ao final do encontro, Escher incentiva os alunos deixando claro que não são apenas os cientistas que podem utilizar o método científico. “Todo mundo aqui é um pequeno cientista no nosso dia a dia e todo cientista já foi criança!”, afirma o pesquisador.
A professora de ciências Anna Carolyne Duque conta que sempre no início do ano letivo estimula os alunos a pensarem sobre seus futuros. “Na primeira aula, eu sempre gosto de trazer uma reflexão para que eles olhem um pouco para a própria vida, entender as motivações, dificuldades, para que possam seguir um caminho que eles gostem. Eu os estimulo para que conheçam as possibilidades, para que possam prosperar nos caminhos que escolheram”, conta Duque.
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