Cursos de Artes e Humanidades da UFJF alcançam a posição de número 688 entre os melhores do mundo, conforme ranking Times Higher Education (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Cursos das áreas de Artes, Arquitetura, Letras e Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), avaliados em conjunto, estão entre os 700 melhores do mundo, conforme ranking 2025 da organização britânica Times Higher Education.  Entre 750 avaliados, figuram na posição 688. Avaliada como uma área isoladamente, Psicologia ocupa a colocação 618. No ranking do campo da Educação, Pedagogia aparece em 751º. Cursos de Saúde estão entre os 900 melhores do mundo. A avaliação considera dados dos dois campi da UFJF, Juiz de Fora e Governador Valadares, e dos ensinos presencial e a distância. 

Ao todo são 11 rankings, organizados em áreas de conhecimento, agregando diferentes cursos de, em média, cem países. A classificação da UFJF se destaca ao considerar a existência de centenas desses cursos apenas no Brasil. Há, pelo menos, no país, 1.500 graduações de Pedagogia e 800 de Medicina e Odontologia. Para entrar na lista da Times e ser avaliado, é necessário atender critérios de qualidade.

As 11 áreas de conhecimento avaliadas são: Artes e Humanidades; Ciências da Vida; Ciências Físicas; Ciência da Computação; Ciências Sociais; Direito; Educação; Engenharia; Negócios e Economia; Psicologia; e Saúde e Medicina.

No campo de Artes e Humanidades, cursos da UFJF estão à frente de instituições centenárias, em países com mais tradição universitária, como as universidades estaduais do Texas e de San Diego, nos Estados Unidos, e de Istambul, na Turquia. 

Os cursos locais da área de Humanas da UFJF são induzidos à interdisciplinaridade, ao estarem reunidos em um instituto, bem como ao diálogo entre graduação e pós-graduação, como explica o diretor do Instituto de Ciências Humanas da UFJF, Fernando Perlatto. 

“Esses rankings não são definidores, mas têm certa importância de estabelecer mecanismos de avaliação. Evidenciam, de um modo ou de outro, a consolidação e a excelência dos cursos de Humanidades”, destaca.

A principal referência de avaliação, no país, é a realizada pelo Ministério da Educação, por meio de Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), vistorias, conceitos institucionais e de cursos, bem como a avaliação quadrienal da pós-graduação realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nas quais a UFJF também se destaca, com notas máximas, em sua maioria.

Posição de cursos da UFJF no ranking 2025 da Times Higher Education, organizado por áreas

Posição de cursos da UFJF no ranking 2025 da Times Higher Education, organizado por áreas

Os dados analisados nesta edição 2025 são referentes ao ano de 2022. Nem todos os cursos da UFJF constam nesta publicação do ranking, a exemplo de Direito, possivelmente por não atender à nota de ingresso na lista. Na época, a faculdade não possuía doutorado, que é um dos quesitos avaliados. E há diferenças na classificação de campo adotada pela Times Higher. Na lista, Arquitetura, figura na área de Artes e Humanidades. E Geografia, na de Ciências Sociais.

Para o ranking, são considerados 18 indicadores, como impacto de  pesquisa, colaborações internacionais e percentual de professores com doutorado (veja abaixo). Mais da metade da nota é composta por produção de pesquisa. Assim, instituições com longo histórico em investigações científicas, como europeias, e alto investimento, tendem a ficar à frente. No Brasil, os primeiros programas de pós-graduação stricto sensu surgiram apenas a partir dos anos 1960. Na UFJF, mestrados e doutorados foram sendo incorporados, com mais vigor, a partir dos anos 2000. Em pouco tempo, a produção científica local avançou.  

Saúde

Infraestrutura clínica e laboratorial é um dos destaques de qualidade da Faculdade de Odontologia, conforme diretor Márcio Campos (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Cursos da área de Saúde, organizados em dois blocos – Medicina e Odontologia; e Enfermagem (Bacharelado e Licenciatura), Farmácia, Fisioterapia e Nutrição-, e avaliados conjuntamente, ocupam a posição de número 909 no ranking 2025. 

Ao todo, foram analisados 1.150 conjuntos de graduações da área de 102 países. A melhor do mundo, conforme o ranking, é a Universidade de Oxford, no Reino Unido. A brasileira em posição mais alta é a Universidade de São Paulo (USP) na colocação 86, seguida da Estadual de Campinas (Unicamp) em 294º. 

“Nosso diferencial é a grande dedicação à busca e à prática de uma formação profissional competente, humanizada e voltada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Temos alunos de alta performance na entrada na universidade e isso se mantém durante a formação no curso”, ressalta a diretora da Faculdade de Medicina, Ivana Moutinho.

A professora ressalva que no ranking, ao agrupar os dois cursos, perdem-se os critérios de avaliação, uma vez que, no Brasil, os profissionais são formados de “modos completamente diferentes”.  O diretor da Faculdade de Odontologia, Márcio Campos, faz coro a esse entendimento, uma vez que a junção confunde um pouco a percepção do curso. “Mas não minimiza o fato de estarmos entre as mil melhores do mundo dessa grande área, principalmente se considerarmos que, somente no Brasil, existem aproximadamente 500 cursos de Odontologia e 300 de Medicina registrados.”

Entre algumas características da Odontologia da UFJF que atestam sua qualidade, estão a presença de professores doutores com formação específica nas respectivas áreas de atuação, tendo cerca de 30% deles exercendo atividades tanto na graduação quanto na pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado). Há também produções em pesquisa e extensão, com corpo técnico capacitado.

“A faculdade possui infraestrutura clínica, laboratorial e acadêmica  bem equipada, que proporciona um ambiente acadêmico de excelência para o ensino, a pesquisa e o atendimento à comunidade”, frisa Campos.

Educação

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Ações de extensão, como educação ambiental no Jardim Botânico, favorecem a formação de professores com qualidade (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

O curso de Pedagogia da UFJF aparece na posição 751, entre 767 avaliados. A Universidade Stanford, nos Estados Unidos, ocupa o primeiro lugar. 

A diretora da Faculdade de Educação, Angélica Cosenza, aponta as políticas de formação de professores, alinhadas aos projetos pedagógicos de cada curso e à formação continuada como diferenciais de qualidade na UFJF e, de forma geral, em universidades federais. Na UFJF, há iniciativas que aliam a formação inicial, na graduação, como o Programa de Iniciação à Docência (Pibid), e a continuada, seja por meio de ações de extensão, especializações, cursos de mestrado e doutorado e outras iniciativas. 

“Outro quesito fundamental que a gente precisa conhecer, reconhecer e valorizar é o nosso Programa de Residência Docente. É o único no país custeado pela própria instituição, com bolsa equivalente à de residência multiprofissional em saúde. Os professores recém-formados ficam em dedicação exclusiva à sua formação”, destaca. 

Global

Mais da metade da nota no ranking está relacionada à pesquisa (Foto: Vitor Ramos/UFJF)

Na avaliação geral de instituições, a UFJF figura entre as melhores universidades do Brasil no ranking internacional 2025. A instituição mineira é uma das poucas não localizadas em uma capital de estado a constar na listagem. 

Na escala global, entre quase 3 mil instituições avaliadas de 115 países, a UFJF encontra-se na posição 1.661. A primeira colocada é a Universidade de Oxford.

“O resultado da UFJF este ano é bastante positivo e reflete o compromisso contínuo da instituição com a excelência acadêmica. O destaque no ranking Times Higher Education posiciona a universidade entre as melhores do Brasil, o que não apenas valoriza a produção científica e acadêmica local, mas também fortalece sua visibilidade internacional”, destaca o pró-reitor de Sistemas de Dados e Avaliação, Marcel Vieira.

O posicionamento da UFJF resulta do esforço coletivo de sua comunidade acadêmica e de investimentos em infraestrutura, inclusão e pesquisa, reforçando seu papel estratégico no desenvolvimento regional e nacional, mesmo diante dos desafios da educação superior no Brasil, conforme o pró-reitor.

Para a avaliação global são consideradas também as cinco categorias de indicadores com estes pesos: Ensino (29,5%), Ambiente de pesquisa (29%), Qualidade da pesquisa (30%), Indústria (4%) e Internacionalização (7,5%). 

Avanço

Indicadores de internacionalização subiram dez pontos nos cinco últimos rankings; na foto, desfile em celebração ao Dia Internacional da África, em 2023 (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Quatro dos cinco principais indicadores melhoraram de 2024 para 2025: ensino, ambiente de pesquisa, qualidade da pesquisa e indústria. Em especial, os índices de ensino, que incluem reputação e percentual de professores doutores, subiram 3,4 pontos, indo de 18,5 para 22,8 ao longo de um ano. Em internacionalização, houve leve oscilação para baixo (de 29,8 pontos para 29,7) entre as duas edições mais recentes do ranking.  

De forma geral, de 2021 para 2025, todos os índices da UFJF subiram de patamar. Em internacionalização, foram quase 10 pontos obtidos nos últimos cinco anos. “Com a intensificação da globalização e o envolvimento da UFJF em ações em diferentes escalas, esses indicadores demonstram que a Universidade segue alinhada ao que diversas instituições internacionais vêm realizando no campo da pesquisa”, explica o diretor de Relações Internacionais da UFJF, Alexandre Cadilhe. 

Nesse período, houve apenas uma exceção, em Indústria (patentes e investimentos externos), que caiu de 35,4 para 23,1 pontos.

“Vale ressaltar que, de maneira geral, os critérios de avaliação adotados por instituições europeias, como a Times Higher Education, costumam favorecer as universidades do Hemisfério Norte. Entretanto, na UFJF, que participa dessa avaliação desde 2020, essa abordagem nos permite não apenas comparar-nos com o cenário mundial, mas também analisar nossa evolução anualmente”, acrescenta a pró-reitora adjunta de Sistemas de Dados e Avaliação da UFJF, Michèle Farage.

Metodologia
Na avaliação, são consideradas informações enviadas pela UFJF e coletadas pela própria Times Higher, em artigos científicos indexados na base de dados Scopus e em pesquisa de opinião com 93 mil cientistas. 

São incluídas na avaliação cinco categorias de indicadores: Ensino, Ambiente de pesquisa, Qualidade da pesquisa, Indústria e Internacionalização. Para compor a nota, são adotados pesos diferentes para cada área de conhecimento.

As cinco categorias de indicadores englobam 18 critérios que consideram desde o percentual de professores com doutorado ao impacto de citações oriundas de artigos de autoria local.

Ensino: reputação do ensino; proporção de estudantes e funcionários; percentual de cursos de doutorado por bacharelado; percentual de professores com doutorado; orçamento institucional.

Ambiente de pesquisa: reputação em pesquisa (baseado em uma pesquisa anual da Times Higher); investimento em pesquisa e  produtividade

Qualidade da pesquisa: impacto de citação (base de dados Scopus da Elsevier); força, excelência e influência da pesquisa.

Internacionalização: percentual de estudantes internacionais; proporção de trabalhadores internacionais; percentual de colaboração/coautoria internacional; e quantidade de estudantes no exterior (este último com peso 0 neste ranking, devido à pandemia de Covid-19)

Indústria: investimento empresarial e patentes. 

Outras informações:
Ranking 2025 da Times Higher Education
Pró-Reitoria de Sistemas de Dados e Avaliação
Setor de Avaliação e Regulação da UFJF

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