O estudante Caio Quintana, do curso de Bacharelado em Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), integrou a equipe criadora de aplicativo concebido para facilitar o ensino e aprendizado de múltiplas línguas de sinais estrangeiras para a comunidade surda brasileira. O projeto, desenvolvido em parceria com o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), foi apresentado durante 12 dias na Alemanha, em centros de tecnologia e inovação e universidades parceiras do evento German-Brazilian EdTech Hackathon. A equipe do app foi premiada no ano passado pela iniciativa que agracia soluções tecnológicas para desafios locais e globais na educação.
O aplicativo, chamado Sign Link, também foi desenvolvido por estudantes da Universidade de São Paulo (USP). A intenção é promover oportunidades de intercâmbio e eliminar barreiras de acessibilidade para surdos no Brasil. Inspirada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), a startup criadora do app busca promover a inclusão e a diversidade por meio da educação de qualidade, do emprego digno e da redução das desigualdades.
“Contribuir para auxiliar pessoas surdas através do SignLink é uma responsabilidade emocionante e gratificante. Embora o aplicativo ainda não esteja oficialmente lançado, estamos trabalhando diligentemente para finalizar sua versão inicial, visando em breve disponibilizá-lo para o público. Estamos animados com o impacto positivo que o SignLink terá na vida das pessoas surdas, facilitando sua comunicação e interação em um mundo cada vez mais conectado ” afirma Quintana.
Segundo o estudante da UFJF, além de a equipe ter apresentado o projeto para as instituições estrangeiras, houve conversas com a embaixada brasileira em Berlim para uma futura parceria na Alemanha. Além disso, a equipe foi apresentada à delegação brasileira na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e busca demais parcerias no continente europeu.
“Além disso, um de nossos membros está a caminho da Suíça para abrirmos nosso núcleo internacional e conseguirmos atingir os objetivos de nossa startup que é ensinar e conectar surdos do mundo todo através do aprendizado de línguas de sinais”, conta Quintana.
A coordenadora do curso de Design da UFJF, Lia Paletta, orientou Quintana no desenvolvimento do aplicativo. Segundo a professora, um dos próximos passos para aprimorar a plataforma será dado a partir do contato com a Faculdade de Letras (Fale), que abriga o curso de Letras-Libras. A intenção é, por meio da unidade acadêmica, aproximar o software de pessoas surdas. Outra frente de trabalho está na busca por mais investimentos para que o programa fique disponível para o público geral.
“Como coordenadora do curso, fico muito feliz de ver que o trabalho está sendo desenvolvido. O legal desse tipo de competição é que a gente observa que o aluno ganhou a premiação e o trabalho vem sendo aprimorado. Então esse desenvolvimento é bacana e traz muito diferencial para o trabalho”, acredita Lia.
Apoio da UFJF
Com apoio do Critt, da UFJF, a startup Sign Link passou por processos de desenvolvimento tecnológico para obter um melhor desenvolvimento do software. De acordo com Quintana, no momento o software do aplicativo está na fase inicial de desenvolvimento, com um protótipo já verificado. “Estamos ativamente buscando pessoas interessadas em nos auxiliar, atuando como programadores, pessoas da comunidade surda ou professores de línguas de sinais que possam nos auxiliar no desenvolvimento do app.”
Ainda de acordo com o estudante, o apoio da Universidade foi importante para a obtenção do resultado positivo. “A UFJF não apenas nos proporcionou as ferramentas e o suporte necessários para alcançar nossos objetivos, mas também nos incentivou a superar limites e explorar novas fronteiras na inclusão e na tecnologia. Estamos ansiosos para continuar colaborando com nossa Universidade para promover inovações que beneficiem comunidades ao redor do mundo.”
Quintana apresentou o Sign Link na última edição do Web Rio Summit, um dos principais eventos de tecnologia do mundo. Além disso, o estudante será mentor no próximo German-Brazilian EdTech Hackathon e foi selecionado entre 35 estudantes de todo o mundo por uma universidade alemã para participar de Summer School de empreendedorismo e inovação no México.
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