Ação inclui orientações sobre o uso de medicamentos, além de serviços de saúde (Foto: arquivo pessoal)

A Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por meio da parceria firmada entre a Farmácia Universitária, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF/MG), promove neste sábado, 11, o evento “Educação para o uso racional de medicamentos”, para marcar o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, comemorado no último dia 5 de maio. A ação será realizada no PAM Marechal, localizado na rua Marechal Deodoro, nº 496, Centro de Juiz de Fora, das 9h às 12h.

Uma equipe formada por professores, estudantes e residentes da área de Farmácia da UFJF irá prestar à população ações educativas em saúde, voltadas ao uso de medicação, esclarecimentos sobre o uso de remédios, além de serviços como aferição de pressão e outras prestações de serviços em saúde.

De acordo com o diretor da Faculdade de Farmácia da UFJF, Marcelo Silvério, há estatísticas nacionais e internacionais que apontam que a população faz uso incorreto de medicamentos, por meio da automedicação, além de não alcançar resultados adequados durante o tratamento. 

“Nós sabemos que os microorganismos causam doenças infecciosas. À medida que os anos avançam, eles ficam mais resistentes aos medicamentos disponíveis e isso causa um grande problema mundial que é a resistência antimicrobiana, já que os medicamentos disponíveis não conseguem facilmente acabar com as infecções mais graves”. 

O pesquisador ainda ressalta que existem microorganismos multirresistentes, ou seja, que são resistentes à maioria dos medicamentos disponíveis. Isso representa uma situação muito grave, uma vez que pode ocorrer o caso de um paciente com uma infecção não ter acesso a um medicamento adequado para o seu tratamento.

Marcelo Silvério acredita que o conceito de uso racional garante qualidade do produto, bem como o descarte correto (Foto: Géssica Leine)

De cada 10 brasileiros, 9 se automedicam

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICQT), divulgada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF),  86% da população brasileira faz uso de remédios sem prescrição médica. Segundo o estudo, esse hábito é predominante entre mulheres, indivíduos economicamente ativos e com maior nível de instrução.

A pesquisa também indica que a automedicação é comumente praticada pela população em casos de dor de cabeça, gripes, resfriados, febre e dores musculares. Além disso, os brasileiros recorrem à automedicação para tratar problemas de ansiedade, insônia, estresse e perda de peso.

Segundo Marcelo Silvério, o uso racional de medicamentos engloba ações que asseguram que o paciente utilize o medicamento corretamente, seguindo as doses recomendadas, a posologia adequada, pelo tempo necessário e pelo menor custo possível.

“Isso se aplica a todos e quaisquer medicamentos que o paciente vá utilizar. O conceito de uso racional é importante, pois abrange o armazenamento adequado do medicamento em casa, garantindo a qualidade do produto, bem como o foco no meio ambiente por meio do descarte correto após sua inutilização, seja porque o remédio expirou ou porque não é mais necessário.”

Descarte correto de medicamentos vencidos e/ou não utilizados

Silvério orienta que os medicamentos vencidos ou que não serão mais utilizados não devem ser descartados no lixo comum, mas sim, em lixeiras destinadas ao recolhimento de medicamentos, que podem ser encontradas em farmácias e drogarias.

“Esses resíduos de medicamentos não podem ser jogados no lixo comum. Apenas as embalagens externas, como aquela caixa de papelão, podem ser descartadas dessa maneira. No entanto, o frasco do medicamento, o blister que contém comprimidos e os tubos de pomadas, por exemplo, não devem ser jogados no lixo comum. É totalmente inadequado descartar esses resíduos de medicamentos no meio ambiente”, explica o professor. 

O pesquisador ainda lembra que Juiz de Fora conta com a Lei Municipal nº 13.442, que obriga as farmácias, drogarias e farmácias de manipulação a instalarem pontos de coleta em locais de fácil visualização para o recolhimento de medicamentos impróprios para o consumo ou com data de validade vencida.