Debate sobre cannabis medicinal, práticas transmídia e mudanças no consumo midiático estão entre os temas da edição (Imagem: Divulgação)

Está disponível a mais recente edição da Lumina, revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O número, que é também o último de 2023, apresenta artigos com reflexões sobre temas urgentes e de cunho social a partir do olhar particular proporcionado pelo campo da Comunicação.

O artigo Quem tem dor, tem pressa, de autoria de Francisco Gabriel Alves, aborda temática inédita na Lumina. A pesquisa contrapõe os depoimentos do movimento favorável à cannabis medicinal e as medidas restritivas lançadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A publicação tece críticas ao abafamento do debate público em um contexto de ascensão da cultura do preconceito, desinformação e conservadorismo. No Brasil, o mercado de cannabis medicinal cresceu 140% nas vendas em 2023, segundo reportagem do jornal O Globo – um dado que reforça a importância do desenvolvimento de pesquisas científicas que investigam os processos dos usos dessa substância como medicamento.

Outra temática presente nesta edição é abordada em A família como convenção da representação dos imigrantes, de Bruna Serafim Moura e João Batista Freitas Cardoso. Em seu texto, os autores analisam representações de monumentos ao migrante com base em levantamento iconográfico e análise semiótica. Os resultados reforçam o endosso a papéis de gênero e a construção da imagem do imigrante como força de trabalho e representação do progresso.

Tendo em conta que a pandemia provocou uma série de modificações na sociedade, os pesquisadores Jane de Almeida, Alfredo Suppia, Cicero Inacio da Silva e Davi Marques Camargo de Mello apresentam um conjunto de análises acerca das mudanças acarretadas pela covid-19 no âmbito da circulação e do consumo midiático, tendo como foco os festivais de cinema e as adaptações realizadas. Um dos resultados da pesquisa é a proposição de uma tipologia dessas estratégias adotadas pelos festivais em função do uso do streaming.

Destaque também para o artigo Reflexões e Práticas Transmídia no Brasil, de Dario Mesquita, Sérgio Nesteriuk e João Massarolo, com uma retrospectiva sobre experiências transmídias em contexto brasileiro. A análise dos autores mostra-se relevante na medida em que o contexto estadunidense, berço dos principais referenciais sobre a prática transmídia, apresenta características produtivas e econômicas distintas do nosso país.

O leitor ainda poderá encontrar uma análise do livro Communication: A Post-Discipline, do pesquisador argentino Silvio Waisbord, publicado em 2019. O ensaio, de autoria de Fabrício Lopes da Silveira, contribui para uma visão panorâmica dos estudos de comunicação, ao cotejar uma obra ainda pouco conhecida no Brasil. Em outro artigo, as pesquisadoras Ana Júlia de Freitas Carrijo e Ana Carolina Damboriarena Escosteguy realizam uma releitura de estudos de Jesús Martín-Barbero para pensar sobre as tecnologias de comunicação na contemporaneidade.

A nova edição da Lumina também conta com artigos sobre como os indivíduos que defendem a causa animal no mundo digital constroem suas autorrepresentações; mídia, memória e testemunho a partir da análise fílmica de Argentina, 1985; visualidades como expressão de conhecimentos sociais; a relação entre neoliberalismo, consumo e mercado místico tendo como ponto de partida o significante “despertar”; e a publicidade como importante meio de pluralização de discursos.

Confira a nova edição da Lumina.

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