A Fazenda Experimental e a trajetória científica do pesquisador e professor Fábio Roland renderam à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) destaque na série “Cientistas do Brasil”. O programa é uma iniciativa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e é veiculado nacionalmente pela TV Brasil. A produção do episódio foi realizada pela Diretoria de Imagem Institucional (DII) da Universidade, com apoio do Núcleo de Integração Acadêmica para Sustentabilidade Socioambiental (Niassa).
O professor André Amado, coordenador do projeto de plantio compensatório de mudas do Niassa, reforça a importância de mostrar as operações do local para os telespectadores. “Juntamente com a equipe de reportagem, é possível pensar em formas mais interessantes de mostrar ao público em geral como projetos de pesquisa podem influenciar diretamente no dia a dia da população – como pelo fornecimento de água, entre outros serviços ambientais importantes.” Amado, junto com demais pesquisadores do Niassa, recebeu a equipe de filmagem para a produção do episódio. “É importante destacar que o desenvolvimento dessas pesquisas e operações tem sido possível graças ao fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), reiterando nosso compromisso com a sustentabilidade socioambiental e o avanço científico.”
Em funcionamento desde 2019, a Fazenda iniciou o plantio de mudas em outubro de 2021, e já pode ser notado o desenvolvimento das árvores para a restauração da floresta. Durante a visita, além das gravações, foram realizadas a medição dos espécimes, o monitoramento do desenvolvimento do ecossistema do local e a coleta de amostras para estudos de decomposição, como parte do projeto de Iniciação Científica da aluna Lisandra Louzada.
Para o episódio “Cientistas do Brasil”, além das imagens na Fazenda, também foram produzidas filmagens no estúdio da Faculdade de Comunicação (Facom), onde o pesquisador e diretor do Niassa Fábio Roland compartilha a trajetória da fazenda e quais são os objetivos da iniciativa a longo prazo. O ponto central do programa foi ressaltar o potencial do local para recuperar as nascentes do território, retornar água limpa para a natureza, cultivar a biodiversidade do local e, sobretudo, restaurar a área de Mata Atlântica, que “é fundamental para a sobrevivência, para a permanência do ser humano nessa região”, como destaca Roland.
O diretor de Imagem Institucional da UFJF, Jorge Carlos Felz, considera o projeto como um fruto para as Instituições de Ensino Federais (IEFs). “O resultado do programa, e do projeto, é parte de um esforço que os setores de comunicação institucional das universidades vem tendo desde o início do ano, que é fundamental: a comunicação pública da ciência. Isso é muito importante para as instituições de ensino e pesquisa brasileiras, para mostrar para a sociedade o que nós fazemos.”
O jornalista e assistente de tecnologia Leandro Mockdece, coordenador das filmagens do programa, destaca a oportunidade de conhecer e aprender com a experiência de reflorestamento da UFJF. Ele se sente feliz em divulgar o projeto, que considera uma contribuição importante para o planeta. “O vídeo se torna não só um documentário, mas uma utilidade pública.”
Entre a equipe de produção e filmagens, funcionários e bolsistas tiveram a oportunidade de conhecer e aprender com a experiência, como afirma o jornalista João Vitor Monteiro, então bolsista de audiovisual na DII durante a gravação. “A união do audiovisual e da pesquisa nessa produção foi bem gratificante pra mim, e creio que para todos envolvidos também. Ter essa interconexão entre as duas áreas foi bem importante e eu aprendi bastante com essas experiências.”
Bastidores da produção
Retratar os 23 hectares da Fazenda Experimental exigiu a colaboração de diversas pessoas. A roteirização, realizada pelos trabalhadores terceirizados Laís Cerqueira e Vitor Ramos, precisou estar, a todo tempo, alinhada às práticas da equipe de audiovisual, que contou com bolsistas e servidores da DII. Leandro Mockdece aponta a questão do local atípico daqueles registrados no dia a dia da profissão. Em localidades como a do Niassa, ele ressalta que o ambiente se mostra hostil e desequilibrado para a aparelhagem e para os profissionais, exigindo uma preparação maior que o normal.
“Lá a gente pode ver o que a degradação causou em um espaço da universidade que está sendo reconstruído. No mesmo lugar você vê nascentes que sobraram e, bem ao lado, o pasto desmatado.” O técnico, que tem experiência com documentários, gosta de temas que trazem soluções para problemas sociais e destaca o papel do audiovisual para registrar em imagens a evolução do local.
Com esse material, Mockdece explica que quis revelar o impacto ambiental causado pela degradação e pela recuperação da floresta. Para ele, acompanhar essa restauração de perto e ver a grande capacidade de regeneração da natureza é um “presente”. “A gente vê, na prática, que acontece mesmo.” O técnico, assim como parte da equipe da DII, acompanha o processo de reflorestamento por meio de visitas técnicas e filmagens em diferentes momentos, desde o plantio das mudas até o crescimento dos arbustos, para, futuramente, registrar a formação da mata fechada.
Aprender em sala de aula é uma experiência completamente diferente de praticar em campo, como destaca o jornalista João Vitor Monteiro, que demonstra o desejo de seguir na área de produção. “Para mim, que tenho a intenção de continuar trabalhando com audiovisual, foi fundamental ter essa experiência com a orientação do Leandro e do pessoal da Diretoria de Imagem. Foi uma experiência muito boa justamente por isso, para exercitar tudo que eu vinha aprendendo na faculdade.”
A experiência de vivenciar a produção também foi importante para o pesquisador André Amado, que guiou a equipe pelo espaço, que já é familiar na rotina de pesquisas. O cientista apresentou todas as atividades que são realizadas por lá e as pessoas que são responsáveis por cuidar diariamente do espaço, como o viveirista José Ilson Nogueira. “Aprendi muito com o processo e, espero ter contribuído para aproximar as pessoas das questões ambientais”, ressalta o pesquisador.
O programa completo está disponível no site da TV Brasil e a sensação de quem esteve por trás das câmeras é descrita por Mockdece: “Sentimos que não estamos fazendo só um vídeo, mas sim dando um passo a mais, mostrando realmente o quão impactante são essas questões ambientais. Colocamos o nosso olhar pessoal nessas imagens para, então, contar essa história para as pessoas.”
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