Mestrado da arquiteta e urbanista, Carolina Ribeiro, aprimora os processos de planejamento e gestão da Universidade. (Foto: Carolina de Paula)

Com o objetivo de compreender e refletir sobre as transformações sofridas ao longo dos anos pelo espaço da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a arquiteta e urbanista da instituição, Carolina Luísa Fonseca Ribeiro, defendeu na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a dissertação de mestrado: “Inventário Dinâmico da Produção do Espaço Urbano na UFJF”. 

A finalidade da pesquisa foi promover a busca pela criação de um registro sistematizado de informações que possam subsidiar discussões e aprimorar os processos de planejamento e gestão da Universidade. Segundo Carolina, o trabalho foi realizado junto à equipe do Plano Diretor da Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão (Proinfra). 

“Meu intuito foi articular uma forma de registro sistematizado de informações que pudesse dialogar com essa perspectiva do trabalho, que vem sendo desenvolvido pela equipe do Plano Diretor, e que pudesse também ajudar a subsidiar uma discussão, nos processos internos da Proinfra, sobre os limites e potenciais do espaço físico da Universidade, face à complexidade de sua conformação e seus desafios futuros”, aponta Carolina.

Desafios

Logo após ser aprovada em concurso público, Carolina se deparou com os desafios em trabalhar no cenário pós-Reuni, no qual o crescimento do espaço construído do campus de Juiz de Fora trouxe desafios e exigiu uma consolidação interna da equipe, voltada para o trabalho técnico sobre o território. Nesta perspectiva, a motivação da pesquisa passou, também, pelo processo de elaboração de um novo Plano Diretor Físico-Patrimonial, prioridade no âmbito da infraestrutura da UFJF. 

Ao iniciar o  trabalho de mestrado, Carolina Ribeiro buscou desenvolver no projeto uma ferramenta de coleta, sistematização e interpretação de dados, chamada de “inventário dinâmico”. Esse inventário foi composto por três iniciativas principais. 

Cartografia permitiu a geração de mapas analíticos e gráficos interpretativos, que foram fundamentais para a compreensão do espaço físico da universidade.

A primeira passou pela construção de uma linha do tempo panorâmica, que situou a Universidade na interseção de vários campos, como a dimensão sócio-política-econômica, a política educacional e o campo profissional da arquitetura e urbanismo.

Já a segunda iniciativa consistiu em uma linha do tempo específica da produção do espaço da UFJF, explorando as transformações ocorridas ao longo dos anos. 

Por fim, foi feito um levantamento de dados históricos das licitações de obras no arquivo próprio da Proinfra, resultando em um mapa da evolução das construções do campus.

Para viabilizar esse mapa, a arquiteta e urbanista da UFJF ressalta a importância da atuação da equipe do Plano Diretor durante o desenvolvimento deste trabalho, contribuindo significativamente com o compartilhamento de uma base cartográfica georreferenciada, que é uma ferramenta poderosa de articulação de informações e criação de mapas temáticos. 

Essa base cartográfica permitiu a geração de mapas analíticos e gráficos interpretativos, que foram fundamentais para a compreensão do espaço físico da universidade.

Potencialidades Futuras

Como principal fortaleza do trabalho, destaca-se o estabelecimento de uma estrutura de registro sistematizado que funcione como um “mapa da mina” para informações sobre o campus, possibilitando retornos e complementações ao trabalho inicial. Além disso, a ferramenta proporcionada pelo Sistema de Informação Georreferenciada (SIG), utilizado no projeto, tem potencial para abranger temas muito mais amplos do que os explorados até o momento. 

“Isto porque, mais do que trazer o viés historiográfico que resultou nos mapas de evolução das construções do campus, o SIG pode ser utilizado para o gerenciamento e planejamento do espaço, auxílio à elaboração de novos projetos arquitetônicos e urbanísticos, análise de edifícios, mapeamento de patologias construtivas e áreas urbanizadas, entre outros”, salienta a pesquisadora.

Embora o trabalho não esgote todos os assuntos relacionados ao tema, estabelece uma base sólida para a continuidade do projeto, como reitera Caroline Ribeiro. Assim, com a contribuição da comunidade técnica e acadêmica, essa ferramenta pode evoluir e se tornar um recurso valioso para o planejamento e gestão do espaço da UFJF, beneficiando a cidade e a sociedade como um todo.

Outras informações: Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão (Proinfra)