Alunas do IAD participam de concurso tradicional no ramo de design de mobiliário. (Foto: Ana Maria Vasconcelos Cunha)

Projetos de móveis, desenvolvidos por duas estudantes do curso de Bacharelado em Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), são finalistas do Prêmio Salão Design 2023. A premiação acontece desde 1988, sendo uma das mais tradicionais do país no ramo do design de mobiliário. Neste momento, os trabalhos escolhidos passam por votação popular on-line, que segue até o dia 19 de julho. Haverá, ainda, uma avaliação por parte do corpo de jurados, formado por designers e profissionais do setor moveleiro.

A estudante Bárbara Sayury Trevisan Mayeta, do 5º período, é finalista na modalidade estudante da categoria “Desafio das Experiências Positivas”, com o projeto de um divã, o “Desatar”.

O outro projeto desenvolvido, que também é finalista do prêmio, é o do banco “Piqui”, que concorre na categoria “Desafio da Identidade Brasileira”, modalidade estudante. As responsáveis por este projeto são Bárbara Mayeta e a aluna Ana Clara Souto de Souza, também do 5º período. O projeto do banco foi criado durante as aulas da disciplina Prática de Produto I, ministrada pela professora Lia Paletta Benatti. A docente também supervisionou o projeto do divã, oriundo de atividade extraclasse.  

Conceito

O projeto do divã Desatar conta com madeira do tipo teca e estofamento em linho. De acordo com Bárbara, a ideia surgiu a partir da intenção de participar do concurso e de uma conversa com a mãe, que é psicóloga e psicanalista.

“Nosso conceito veio justamente por conta das dificuldades e das coisas boas de se fazer análise e desatar os nós que a gente tem dentro da gente. Nós buscamos uma estética de conforto, mas, ao mesmo tempo, intrigante”, conta a aluna, que destaca ainda a relação do conceito com a categoria em que foi inscrito, o Desafio das Experiências Positivas. 

A orientadora, Lia Paletta, adiciona que o uso da corda de algodão que perpassa o produto é o ponto principal do conceito. “O divã é um móvel utilizado na psicanálise, assim a organização das cordas é uma associação à organização mental do usuário. Por isso o nome ‘Desatar’”. 

Conceito do divã “Desatar” buscamos uma estética de conforto, mas, ao mesmo tempo, intrigante. (Foto: Render do projeto do divã Desatar)

Já o banco Piqui evoca a natureza de Minas Gerais. O assento em madeira imbuia tem entalhe que imita o contorno da Serra do Espinhaço. Chamada de “Cordilheira Brasileira”, a montanha se estende entre as cidades de Barão de Cocais, em Minas, e Xique-Xique, na Bahia. Como conta a estudante Ana Clara Souza, o projeto homenageia uma amiga.

“Ela é do Norte de Minas e gosta muito de pequi. Quisemos fazer algo para ela e resolvemos representar com essa fruta. E colocamos o nome “Piqui”, com “i”, porque é como ela fala”, explica. O banco tem filetes em seu assento, inspirados nos espinhos da fruta. Os pés do “Piqui” são de metal.  

“O banco foi pensado para ter uma estética refinada, mas com pegada industrial, em que pudéssemos passar valores visuais. Queríamos gerar uma dualidade entre conforto e estética”, destaca Bárbara Mayeta. 

Retorno de investimento na formação dos estudantes

Para a orientadora das estudantes na criação dos projetos e coordenadora do Bacharelado em Design, Lia Paletta, o bom resultado das estudantes é motivo de satisfação. A professora avalia que a prática do trabalho com madeira realizada no Laboratório de Práticas em Processos e Manufatura (LabDESIGN) – a oficina de marcenaria do IAD – é um diferencial na vivência dos alunos. 

“Na disciplina de Prática de Produto I temos uma etapa de prototipagem feita no LabDESIGN. Este tipo de premiação acaba sendo um retorno deste investimento. E, temos feito uma parceria incrível com o técnico terceirizado Adelair da Fonseca, que atende no laboratório”, ressalta a docente.  

Projeto inicial do Piqui desenvolvido no LabDESIGN. (Foto: divulgação)

Um primeiro projeto do banco já havia sido feito anteriormente, mas a ideia passou por alterações para concorrer ao Salão Design.  A  primeira versão, foi produzida no LabDESIGN, mesmo local onde a segunda versão será montada. Já o protótipo do divã será produzido na região sul do Brasil. Os dois móveis serão enviados para avaliação na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. 

O prêmio é organizado pelo Sindicato das Indústrias de Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis). A entrega da premiação será na feira Movelsul Brasil, em agosto. 

Para votar nos trabalhos das estudantes e conferir outras informações sobre o Prêmio Salão Design, acesse o site do concurso