O Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF, sob gestão da Ebserh), junto com outras renomadas instituições nacionais, é coparticipante do projeto de pesquisa “Saúde de precisão: correlação entre perfil genômico, epidemiológico, clínico e familiar em doenças cardiovasculares”.

Sob a coordenação geral do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor/FMUSP), a iniciativa faz parte do Mapa Genoma Brasil. O objetivo é aplicar medicina de precisão dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e conhecer o perfil genômico da população brasileira, especialmente no tocante às doenças cardiovasculares.

Pacientes com o perfil indicado podem ser encaminhados por médicos ao serviço para serem incluídos no projeto, possibilitando avaliações clínicas, exames complementares e mapeamento genético nos casos indicados.

“O HU faz parte de um grupo de dez instituições, entre as quais o Incor, a Beneficência Portuguesa, a Escola Paulista de Medicina, sendo a única em Minas Gerais a fazer parte desse projeto de cardiogenética dentro do Mapa Genoma Brasil”, ressalta o professor e cardiologista Hélio Brito, responsável pelo Serviço de Cardiologia do HU-UFJF.

O profissional explica que “saúde de precisão” é conseguir estudar algumas doenças com características de hereditariedade, antes não avaliadas sob esse olhar mais preciso, procurando saber se é uma doença hereditária, quais são os genes e como dosar.

“Hoje nós temos, através do Mapa Genoma, a possibilidade de coletar amostra de sangue ou saliva, e aferir o gene alterado que provoca essa doença hereditária. A saúde de precisão, além do conhecimento clínico já realizado, possibilita uma avaliação epidemiológica, além de todas as manifestações clínicas do paciente e de sua família, através do teste genético, que é a grande novidade. Dessa forma, pode confirmar ou não, nessa população de possíveis doenças cardiológicas hereditariamente transmissíveis, a possibilidade do gene alterado”, elucida Hélio Brito.

Segundo a também cardiologista e professora Arise Galil, a equipe envolvida está estruturada e capacitada para os atendimentos, com um fluxo existente de encaminhamento e rastreamento dos pacientes. “Já são mais de cem pacientes cadastrados, que já passaram por aqui no HU. Só de amiloidose são 49 confirmados geneticamente. Acho que é muito importante não só o impacto médico, clínico, mas de melhora da qualidade de vida. Isso porque algumas pessoas diagnosticadas, dependendo do tipo de lesão cardiológica, têm tratamento, e isso pode conter a progressão da doença. Não é só um trabalho de pesquisa. É a pesquisa revertendo para a comunidade o bem do conhecimento”, assegura.

Além da pesquisa, ganha o ensino, porque alunos e residentes estão aprendendo dentro dos ambulatórios das especialidades. Também, como é algo muito novo, é uma forma de incluir o tema na educação continuada da microrregião de Juiz de Fora, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), lembrando que os pacientes chegam por lá, afirma Arise. “O trabalho está sendo feito de forma simultânea e complementar: artigos de revisão com alunos no internato, residentes e colegas daqui”, acrescenta.

Para Hélio Brtito, o próprio projeto “Saúde de Precisão” tem como um de seus objetivos a disseminação dos conhecimentos relativos a essas doenças cardíacas de origem hereditária, seja nos meios em que as pesquisas estão acontecendo, seja com os pares profissionais. “Então, o objetivo não é só o cadastro dos pacientes, mas divulgar o conhecimento que vai advir para toda aquela comunidade e outras instituições”, finaliza.

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