O projeto de extensão Enlutar, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), está com inscrições abertas para apoio psicológico de pessoas que tiveram perdas familiares ou de entes queridos. As inscrições começam nesta quarta-feira, 17, por meio do preenchimento do formulário eletrônico

São organizados grupos de acolhimento da experiência do luto com participação de psicólogos e estudantes de psicologia. O projeto é um espaço para troca de experiências, escuta e acolhimento frente ao luto, e promove o desenvolvimento de habilidades para lidar com o sofrimento.

Os grupos acontecerão de forma presencial no Centro de Atenção Psicossocial do Hospital Universitário (CAPS-HU), ou on-line através do Google Meet, com duração de 1 hora e meia por um período de 12 semanas, sendo conduzidos por psicólogos residentes do Hospital Universitário e alunos da graduação e pós-graduação em Psicologia da UFJF. 

Na modalidade presencial os trabalhos acontecem no Ambulatório de Luto do Hospital Universitário, que possui também assistência psiquiátrica, quando necessária, e suporte de terapeutas ocupacionais.

Ao todo, são 60 vagas, divididas em 30 para cada modalidade (presencial ou on-line). Qualquer pessoa enlutada acima de 18 anos pode participar do projeto. O início das atividades será informado aos participantes mediante a demanda de inscritos. Para conhecer mais sobre o projeto, clique aqui.

Todas as ações são supervisionadas pela Psicóloga do Serviço de Psicologia HU/EBSERH Priscila Noé e pelos professores do Departamento de Psicologia e Faculdade de Medicina da UFJF, Fabiane Rossi e Alexandre Rezende.

“Sempre temos um retorno muito positivo por parte dos participantes dos grupos, que nos sinalizam o aprendizado sobre o luto como um processo e de ferramentas para lidar com a dor em momentos difíceis. Quando possibilitamos este espaço de avaliação e escuta de enlutados conseguimos, inclusive, prevenir casos de transtorno de luto prolongado, por exemplo, que demanda um acompanhamento especializado,” diz a coordenadora do projeto, Fabiane Rossi. 

Outras frentes de atuação

O projeto surgiu em 2020 com o objetivo de prestar  suporte psicológico a pessoas enlutadas por morte. O curso de Psicologia possui em sua grade curricular uma disciplina chamada Tanatologia, na qual esta temática é trabalhada. Já no Programa de Pós-Graduação em Psicologia, uma das linhas de pesquisa trata sobre terminalidade, morte e luto.

De acordo com Fabiane Rossi, o projeto também desenvolve também ações de educação para a morte e o luto em outros espaços, como unidades básicas de saúde e treinamento com profissionais e estudantes da área da saúde.

Atualmente, a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro São Pedro é a única a ser contemplada com a ação do Enlutar. Ainda de acordo com a coordenadora do projeto, são realizados grupos de sala de espera com os usuários sobre o tema. Os integrantes realizam as ações dentro da unidade de saúde sempre às sextas-feiras a partir das 14h.

A ideia é expandir o projeto em outros espaços, como por exemplo, nas escolas. A intenção é fazer grupos de orientação com professores sobre como abordar a temática da morte com crianças e adolescentes e também grupos com os estudantes sobre o assunto. Além disso, é realizado treinamentos com profissionais e estudantes da área da saúde sobre o tema.

“Realizamos treinamentos em primeiros socorros psicológicos destinados a psicólogos que se disponibilizaram a atender as vítimas das enchentes de Petrópolis, enlutados direta e indiretamente, e capacitamos 1600 profissionais de todo o país. Fizemos uma parceria com o projeto PSI Petrópolis e foram atendidas mais de 700 pessoas. Também disponibilizamos treinamentos de educação para a morte, como comunicação de notícias difíceis, para estudantes dos cursos da área de saúde”, relata a professora.