Figurino do espetáculo Visitando Volpone, de José Luiz Ribeiro (Foto Divulgação)

Com uma linha do tempo dos seus espetáculos, o Grupo Divulgação lança a exposição “Máscaras”, na Galeria de Arte do Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Serão exibidos adereços e fotografias de espetáculos apresentados ao longo de quase seis décadas. A mostra ficará em exposição entre os dias 21 e 31 de março.

A máscara foi utilizada como elemento cênico em diversos espetáculos do grupo desde a sua fundação, em 1966. Desde peças baseadas na Commedia Dell’ Arte (gênero teatral surgido na Itália do século XV e baseado no improviso e no humor), como Il Teatro Cômico (1993), Todomundo (1990) e Arlequim, Servidor de Dois Amos (1975), até espetáculos infantis, como Porcaria em Águas Claras (2008).

As peças são artesanais e foram produzidas especialmente para os espetáculos por atores e atrizes do GD, com diversas técnicas e materiais, como o papel-machê. Uma das peças a serem expostas tem mais de cinquenta anos: foi utilizada na montagem de Escorial, de Michel de Ghelderode, realizada em 1971, na Câmara Municipal de Juiz de Fora.

Como em 27 de março é comemorado o Dia Internacional do Teatro e a máscara é um elemento fundamental desta arte, deu-se a escolha pela exposição. De acordo com o coordenador do Grupo Divulgação, José Luiz Ribeiro, a origem da representação teatral na Grécia está diretamente relacionada à máscara.

“Téspis (considerado por Aristóteles o primeiro ator grego) colocou uma máscara e disse em praça pública: ‘Eu sou Dionísio’ e Sólon aponta que é um absurdo, uma mentira. Mas ali era a porta de entrada para o teatro grego e a representação. Na história do teatro, principalmente o teatro grego, começa-se a utilizar as máscaras, primeiro como um instituto de ampliação de voz”, conta.

Memória do teatro brasileiro

“Máscaras” representa, ainda, um resgate de parte relevante da memória do teatro mineiro e do país, através do acervo do Grupo Divulgação, resultado de 56 anos de montagens. Na avaliação da atriz e professora do Departamento de Fundamentos, Teorias e Contextos da Faculdade de Comunicação (Facom) da UFJF, Márcia Falabella, é uma oportunidade de o grupo contar sua história por meio do “símbolo máximo do teatro”.

“O teatro é uma arte efêmera. E o que permanece são fotos, figurinos, filmagens e objetos. Vamos trazer uma série de peças do nosso acervo: de vários tipos, formatos, pinturas e texturas. É uma possibilidade de trabalhar a memória do grupo para a cidade”, relata.

Máscaras estão nas culturas do Oriente e do Ocidente

Historicamente as máscaras também são usadas como elementos para afastar maus fluidos e atrair bênçãos divinas em diversas culturas.

“A importância da máscara é que ela passa a ter uma significação também dentro da gestualidade, como a máscara neutra, a máscara de Bali. Todas as grandes culturas ligadas ao teatro têm na máscara um ponto fundamental. E não podemos nos esquecer também das máscaras mortuárias nos sarcófagos do Egito, para preservar a figura da pessoa, endereçando a ancestralidade”, destaca o teatrólogo e professor José Luiz Ribeiro.

O vernissage, aberto ao público em geral, acontece nesta terça-feira, 21, às 19h, na Galeria de Arte do Forum da Cultura. Após a abertura, “Máscaras” poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. A entrada é franca. O Forum da Cultura fica na Rua Santo Antônio, 1.112, Centro de Juiz de Fora.

Serviço 

Forum da Cultura

Rua Santo Antônio, 1.112, Centro – Juiz de Fora

Telefone: (32) 2102-6306

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