A atuação do ex-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Renê Gonçalves de Matos, foi o motivo de celebração na noite da última quarta-feira, 30. Envolto aos aplausos e ao reconhecimento de amigos, familiares e de toda a comunidade acadêmica, o docente aposentado recebeu o título de Professor Emérito, no prédio do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm).
Renê Matos relembrou momentos sobre a carreira acadêmica, destacando as dificuldades e as conquistas na trajetória como estudante, professor e diretor da Faculdade de Farmácia, bem como as experiências encaradas no Hospital Universitário e no período do reitorado (1994-1998). A história de Renê com a UFJF começa ainda na década de 1960.
“Considero que a homenagem não é pessoal, mas que representa o reconhecimento do trabalho de diversas equipes competentes a qual fiz parte. Por outro lado, creio que seja o local de agradecer à minha alma mater, que me acolheu e me capacitou. Em um tempo em que os filhos de famílias menos favorecidas não tinham acesso ao ensino superior, a UFJF me permitiu fazer parte da sua história”, afirmou o ex-reitor.
Durante a solenidade, reforçou a importância dos avanços sociais de acesso às universidades públicas, fez duras críticas ao tratamento dado pelo governo federal às instituições federais, alarmando que elas sofrem ameaças em tempos cinzentos, por grupos de falsos moralistas, negacionistas e ladrões dos símbolos nacionais. “Percebo que as batalhas que lutamos sempre foram necessárias. Olhando pela história, vejo que o tempo é o senhor da mudança e da evolução e que as mudanças perenes serão feitas pelo trabalho em equipe”.
Confira o álbum de fotos da cerimônia.
Ressaltou que o seu espírito ainda continua sendo de estudante e que nenhum cargo de liderança se comparou ao prazer em dar aulas, dirigir estágios e ser homenageado pelos alunos. “Agradeço o carinho recebido por todos e posso afirmar que, muitos de nós aposentados, construímos um legado que cumpre com o lema da UFJF que é “Lvmina Spargere” – espalhar a luz do conhecimento. De forma emocionada, solicito licença ao pastor Martin Luther King e finalizo com um uma de suas frases: ‘Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito’”.
Para o reitor Marcus David, Renê Matos deixou seu nome gravado na história. “A noite é festiva para a Universidade, pois se trata de conceder essa honraria ao Renê em decorrência de sua trajetória junto a Instituição, e de forma muito especial, na minha vida”, salientou. David ingressou na UFJF em 1991 como economista e, depois, tornou-se professor em 1997. No período, exerceu cargos ligados à administração, durante o reitorado de Renê Matos.
Trajetórias que se esbarram
Marcus David discursou sobre as memórias e experiências compartilhadas com Matos, enalteceu o espírito de liderança do ex-reitor e a forma afetuosa que sempre tratou todos que estavam ao seu redor. Aproveitou, ainda, a oportunidade para falar sobre o atual cenário de instabilidade orçamentária. “O atual governo alimentou uma inimizade com as universidades públicas. Quando pensamos que já havíamos feito todos os sacrifícios, mais uma vez fomos surpreendidos em ver que toda nossa disponibilidade orçamentária estava zerada. Não temos dinheiro para mais nada. Precisamos denunciar que este governo está mentindo e criando um colapso no Estado brasileiro.”
O diretor da Faculdade de Farmácia, Marcelo Silvério, enfatizou que foi uma honra ter tido Renê de Matos como professor e, que apesar dos posicionamentos divergentes em determinadas ocasiões, a relação entre ambos sempre foi respeitosa. “Além da sala de aula, pude conviver com Renê enquanto estive à frente do Diretório Acadêmico (DA) da Farmácia. Esse convívio me mostrou um sentido de luta pela universidade pública. Toda essa relação me rendeu muito aprendizado. Tivemos divergências, mas ele sempre foi generoso e aberto à escuta. Tenho certeza que minha trajetória foi influenciada por essa convivência. Enquanto professor, ser colega de alguém que me inspirou é gratificante. Agradeço em nome da Faculdade de Farmácia e parabenizo pela homenagem”, finalizou Silvério.
Na solenidade foram lidos o parecer favorável a entrega da honraria a Renê Matos e a resolução aprovada pelo Conselho Superior (Consu). A noite teve, ainda, a apresentação da professora do curso de Música, Larissa Novo, acompanhada dos alunos Edwirges Margarita e Evandro Melo. Em um Trio de Flautas Transversais, eles encantaram o público com canções como “Luiza”, de Tom Jobim.
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