Reitor da UFJF entre 1994 e 1998, Renê Matos torna-se professor emérito da UFJF (Foto: Twin Alvarenga)

A história de Renê Gonçalves de Matos confunde-se com a da própria Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), fazendo do ex-reitor um dos personagens mais marcantes da Instituição. Matos já foi agraciado com muitas homenagens durante sua carreira e ganha, agora, o título de Professor Emérito da UFJF. 

A cerimônia acontece nesta quarta-feira, 30, às 19h, no Museu de Artes Murilo Mendes (Mamm). O pedido de concessão do título foi feito pela Faculdade de Farmácia, unidade de Matos, acompanhado de uma “Carta de Apresentação”, em que se detalha toda a trajetória do professor. Devidamente aprovada pelo Conselho Superior (Consu), a honraria é destinada a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da Instituição nos âmbitos de ensino, pesquisa e extensão.

“Mesmo na condição de professor aposentado, Renê, tem tido um cuidado e um olhar muito sensível sobre o papel da Universidade. Esse momento de coroação, é, sobretudo, de reconhecimento ao trabalho de um docente cuidadoso, sensível e comprometido com a redução das desigualdades do nosso país”, avalia a vice-reitora Girlene Alves.

Histórias entrelaçadas

A relação entre Renê Matos e a UFJF começa antes mesmo da construção do campus. Precisamente, em 1966, quando ingressa como aluno do curso de Farmácia. Já no ano seguinte, tornou-se presidente do Diretório Acadêmico (DA) do curso e, em 1968, chegou à presidência do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O período, coincidente com os anos de chumbo da Ditadura Militar no Brasil, fez com que sua aproximação com os movimentos estudantis resultasse em perseguição política.

Formado em 1970, a história de Matos volta a caminhar com a Universidade em 1974, quando retorna como docente voluntário, atuando no Hospital Universitário (HU/UFJF). Em 1975, foi contratado como professor da mesma Faculdade em que havia se formado, ministrando a disciplina de Parasitologia Clínica.

Em 1990, Renê se tornou diretor da Faculdade de Farmácia e Bioquímica, quando foi construída e inaugurada a Farmácia Universitária, antiga demanda dos professores e alunos da época. Eleito reitor em 1994, sua gestão foi marcada por inúmeros avanços na Instituição, ainda que em uma  conjuntura política nacional não favorável.

Entre os destaques, estão o aumento do número de professores com títulos de mestres e doutores em 25% ao longo do mandato, criação da Pró-reitoria de Pesquisa (Propesq), do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) e da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe). Também foi responsável pela ampliação do número de bolsas acadêmicas e pela aprovação do estatuto da UFJF, ainda vigente. Com a reitoria entregue à Margarida Salomão, Matos retornou às salas de aula, tornou-se chefe do extinto departamento de Análises Clínicas.

Ao longo de sua trajetória, Renê já recebeu as mais diversas homenagens e condecorações. Em 1996 recebeu a Comenda Henrique Halfeld pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora (PJF) e, em 1998, recebeu a Grande Medalha da Inconfidência do Estado de Minas Gerais. 

No ano de 2007, foi homenageado pelo Conselho Federal de Farmácia com a Medalha do Mérito Farmacêutico. E, em 2010, foi a vez da UFJF homenageá-lo com a sua maior honraria, a Medalha Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, como parte das comemorações de 50 anos da Universidade. Por fim, em 2011, Renê recebeu da Câmara dos Vereadores de Juiz de Fora a Medalha Mérito Legislativo na categoria Educação. Aposentou-se na UFJF em 7 de dezembro de 2014.