Público poderá interagir com pesquisadores e fazer perguntas sobre o tema (Foto: Gustavo Tempone)

A edição 2022 do Pint of Science será realizada em dois dias: 8 e 9 de novembro, às 19h30, em dois bares da cidade. Os encontros ocorrem de forma simultânea, a partir de duas temáticas: “A Química em nossa vida: culpada ou inocente?”, no Experimental Container Bar, e “População em situação de rua, e eu com isso?”, no Bar do Luiz. 

A apresentação “A Química na vida: culpada ou inocente?” vai reunir pesquisadores da Faculdade de Química e da Educação da UFJF, Marcone de Oliveira e Cristhiane Flôr. Eles vão abordar os estereótipos que alimentam o senso comum, uma vez que existe no imaginário da sociedade que a Química tem efeitos danosos. É uma oportunidade de entender porque isso está equivocado e compreender melhor sobre os benefícios. 

Para a pesquisadora Cristhiane Flôr, a aproximação entre a produção do conhecimento científico e tecnológico e a sociedade sempre foi necessária, mas, atualmente, com todo o movimento de desvalorização da ciência e da educação, torna-se mais relevante ainda promovê-la para reforçar o movimento de revalorização da ciência pelas pessoas.

Marcone de Oliveira afirma que é uma oportunidade de esclarecer e mostrar a importância de sua área de conhecimento para o público. “A Química é quase sempre considerada sob uma perspectiva negativa. Logo, desmistificar para a sociedade o seu papel no cotidiano é muito importante”, comenta.

Para além da caridade

Com a proposta de provocar uma reflexão sobre envolvimento, as pesquisadoras Viviane Pereira e Kíssila Teixeira vão protagonizar a conversa “População invisível, e eu com isso?”. A população em situação de rua é uma entre tantas parcelas da sociedade chamadas de invisíveis. Mas é preciso mudar: Como? O que eu tenho com isso? A situação que já era grave piorou ainda mais no cenário pós-pandêmico. 

Confira os detalhes sobre a programação do primeiro dia do Pint of Science (Arte: Milena Dibo)

A docente da UFJF Viviane Pereira, da Faculdade de Serviço Social, acredita que o fenômeno da população em situação de rua é crescente, principalmente nas grandes cidades, e expressa o quanto a nossa forma de organização da vida em sociedade não anda lá muito boa. “A existência de tantas pessoas em uma condição de privação quase total de direitos revela que precisamos nos repensar enquanto sociedade e construir novos rumos que sejam capazes de promover a justiça social e a igualdade”, reflete.

A expectativa é conversar abertamente sobre a questão, ouvir e também contribuir de alguma forma para romper preconceitos que cercam a temática: “naturalizar a vida nas ruas nos coloca em uma condição de diferente do outro que vive essa história e isso não é verdade. É preciso enxergarmos a todos e lidar com essa situação; sob o risco de nos desumanizarmos.”

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