Juiz de Fora vive um aumento substancial de casos de Covid-19. É o que aponta a 55ª edição do Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos, divulgada nesta quarta-feira, 08. De acordo com o documento, elaborado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a média móvel de novos casos em 7 dias saltou de 5,86 em 22 de maio para 79,86 em 4 de junho. O número representa um aumento de 1.263,41%.

Na 21ª semana epidemiológica, de 22 a 28 de maio, a cidade teve 222 novos casos e duas vidas perdidas. Já na 22ª semana epidemiológica, entre 29 de maio e 4 de junho, foram registrados 559 novos casos e mais dois óbitos. 

“Com a circulação de novas subvariantes da Ômicron, o recebimento das doses de reforço tem se tornado cada vez mais importante”, Marcel Vieira.

Segundo terminologia adaptada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com base nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o nível de transmissão do coronavírus é baixo quando são registrados de 0 a 9,99 casos por 100 mil habitantes no período de 7 dias. O índice passa para moderado, ao contabilizar entre 10 e 49,99 casos por 100 mil habitantes; elevado, se registra entre 50 e 99,99 casos e elevadíssimo quando há 100 ou mais casos por 100 mil habitantes. Em Juiz de Fora, o índice passou de moderado na 21ª semana epidemiológica, para elevado na 22ª semana epidemiológica. Na semana 21, foram registrados 38,44 casos por 100 mil habitantes na cidade, enquanto na semana 22 foram 96,79 por 100 mil moradores. 

Na avaliação do professor do Departamento de Estatística Marcel Vieira, coordenador geral da plataforma, o crescimento do número de casos é “enorme” e tem uma tendência parecida com a alta observada nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. “Isso nos traz preocupação, uma vez que em fevereiro, nós começamos a sentir os efeitos do aumento no número de casos e número de óbitos. No momento atual, ainda não estamos observando um aumento do número de vidas perdidas; embora elas continuem ocorrendo, seguem próximas de zero no município”, explica. 

Segundo o pesquisador, uma das hipóteses que podem estar associadas a essa alta é a parcela “substancial” de pessoas que não tomaram a primeira dose de reforço. “Não por falta de vacina, mas porque não procuraram os postos de saúde. Com a circulação de novas subvariantes da Ômicron, o recebimento das doses de reforço tem se tornado cada vez mais importante. Alinhado a isso, houve uma grande flexibilização das medidas de mitigação da pandemia. Não sabemos precisar quanto tempo levaremos para chegar ao pico desta nova onda, a gente espera que esse aumento continue ainda por algum tempo”, avalia Vieira, ressaltando que a alta de casos é um movimento que acontece na maioria das regiões do estado e também uma tendência nacional. 

Letalidade segue em queda

Em contrapartida, a taxa de letalidade voltou a cair em Juiz de Fora. O índice é calculado a partir da divisão entre o número de vidas perdidas desde o começo da pandemia pelo número casos positivos registrados no mesmo período. No dia 4 de junho, a taxa de letalidade no município era de 3,36%. No início da quinzena, em 21 de maio, o número era de 3,39%. No mês de maio, o coeficiente de letalidade (CFR, acrônimo para case fatality rate, calculado para cada mês a partir da divisão do número de vidas perdidas pelo número de casos registrados naquele mês determinado) da Covid-19 ficou em 0,65%. O número representa uma leve alta em relação a abril, quando tinha ficado em 0,56%. Um ano atrás, em maio de 2021, o CFR chegou a 5,09%. 

Já o Número de Reprodução Efetivo (Rt) estimado para Juiz de Fora esteve acima de 1 em 12 dias, entre 24 de maio e 6 de junho. O índice chegou ao seu máximo em 27 de maio, quando ficou em 4,42. De acordo com o boletim JF Salvando Todos, quando o Rt é superior a 1, há disseminação do vírus, já que cada paciente está transmitindo a doença para pelo menos uma pessoa. Um dos critérios da Fiocruz para determinar o controle sobre a pandemia é o RT ficar abaixo de 1 de forma persistente por 7 dias, preferencialmente abaixo de 0,5. 

Avanço da vacinação

Até este sábado, 4 de junho, 1.264.264 doses de vacinas contra a Covid-19 foram aplicadas em Juiz de Fora. Desse montante, são 503.899 primeiras doses; 465.796 segundas doses, 280.175 terceiras doses e 52.972 quartas doses. Levando em consideração a projeção populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para Juiz de Fora (577.532 habitantes), é possível considerar que 87,25% da população municipal já receberam a primeira dose, 80,65% receberam duas doses, 48,51% receberam a terceira dose e 9,17% receberam a quarta dose. 

Na 21ª semana epidemiológica (22 a 28 de maio), foram aplicadas 151 primeiras doses, 610 segundas doses, 1.826 terceiras doses e 4.128 quartas doses. No total, foram aplicadas 6.715 doses em Juiz de Fora – uma redução de 39,41% em relação à semana anterior. Já na 22ª semana epidemiológica (29 de maio a 4 de junho), foram aplicadas 183 primeiras doses, 692 segundas doses, 2.735 terceiras doses e 3.600 quartas doses. O total de vacinas aplicadas na semana chegou a 7.210 doses – um aumento de 7,37% em relação à semana anterior. 

Confira: 

55ª edição do Boletim JF Salvando Todos

Plataforma JF Salvando Todos