Com o objetivo de apresentar reflexões e práticas sobre a Agroecologia Escolar estabelecidas a partir do diálogo entre professores e agricultores, o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental (GEA) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) lançou o livro Agroecologia Escolar: quando professores/as e agricultores/as se encontram”. A produção narra o percurso, iniciado em 2016, da pesquisa sobre educação ambiental em hortas escolares e fortalecido pelo projeto de extensão da UFJF na busca do que qualificar como “Agroecologia Escolar”. 

O e-book pode ser adquirido gratuitamente no site da editora do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A produção é organizada pela professora da Faculdade de Educação da UFJF e coordenadora do GEA, Angélica Cosenza, pela professora do Departamento de Geociências, Camila Neves Silva, e  pela discente do curso de História, Emanuelle dos Reis. O prefácio ficou por conta do professor da Universidade de Brasília (UnB), Philippe Layargues. 

Segundo Angélica, a produção amplia o olhar para processos educativos com estudantes da escola básica e com os alunos das licenciaturas. “A questão dos Direitos Humanos é muito abordada hoje em dia e, o tema do livro faz parte desse debate pois estamos incluindo os pequenos agricultores, sujeitos que, historicamente, são invisibilizados. Privilegiamos os saberes relativos a natureza e a horta, promovendo os direitos dessas pessoas.” O livro é voltado para professores das escolas de educação básica e docentes em formação que desejem trabalhar temas relativos à questão da agroecologia, da relação campo cidade e da educação ambiental como um todo. 

Problemática

Desde de 2016, o GEA tem empreendido investigações nas redes de ensino municipal e estadual sobre hortas em escolas públicas. Desse modo, algumas fragilidades e dificuldades na condução dos processos educativos e práticas pedagógicas ligados às hortas, e até a ausência dessas práticas educativas, foram verificadas. Pensando em uma solução, o GEA passou a  promover o diálogo entre professores e agricultores, conduzindo profissionais da rede de ensino pública de Juiz de Fora às propriedades rurais de pequenos agricultores do município, com o intuito de melhorar a gestão das hortas escolares e também as práticas educativas que nelas acontecem.

“Em 2019, desenvolvemos um curso, abordando a ideia de percursos sustentáveis e tivemos muitas colaborações. As redes de ensino municipais, estaduais, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as associações “Monte de Gente Interessada em Cultivo Orgânico” (Mogico) e “Escolha Inteligente do Quintal” (EidQui) foram algumas dessas parcerias. Já em 2020, com a pandemia, não foi possível trabalhar dessa forma. Resolvemos, então, produzir o livro e passamos a construir os capítulos com docentes e discentes, narrando as vivências do projeto de extensão nos encontros. Todo esse percurso nos ajudou a firmar um lugar, um tema de estudo, que é a agroecologia escolar. É a possibilidade da agroecologia enquanto prática social, movimento social e disciplina científica”, ressalta Angélica.

A coordenadora aponta, ainda, que criar um olhar mais sustentável, no âmbito da agroecologia escolar, pode ajudar a emergir temas relevantes que dizem respeito aos saberes da natureza e às lutas por melhoria e justiça ambiental, tanto no campo quanto na cidade. “É importante pensar a horta escolar como mais um espaço para o agro biodiverso, que pode ensinar novas maneiras de produção e de coexistência com a natureza.”

Outras informações: GEA – UFJF (@gea.ufjf)