Bolsas, de responsabilidade do Governo Federal, não são pagas desde setembro (Foto: Géssica Leine/UFJF)

O Governo Federal atrasou, desde setembro, o pagamento referente a dois programas de apoio à formação de professores. Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o atraso impacta diretamente o Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid), gerenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 

Em todo o país, cerca de 60 mil bolsistas foram afetados com o não pagamento dos recursos. Além do Pibid, o Programa Residência Pedagógica também não recebe a verba destinada ao pagamento das bolsas desde setembro. A UFJF conta, atualmente, com 114 estudantes dos cursos de licenciatura que atuam como bolsistas no Pibid. 

A coordenadora institucional do Pibid na Universidade, Angelica Cosenza, destaca a importância do Programa para as comunidades interna e externa. “O Pibid é um projeto muito robusto, fortalecido por uma política institucional de formação de professores que pensa muito fortemente a relação com a educação básica, com todos os seus anseios de novas metodologias de ensino, novos materiais. É um trabalho muito afinado com aquilo que a comunidade escolar deseja”.

Outros 28 professores da Educação Básica também recebem bolsas do Pibid, com relação direta com a UFJF. Com o orçamento reduzido nos últimos anos, os pagamentos dependem da liberação de um crédito suplementar, direcionado à Capes. O projeto de lei já foi aprovado pelas duas casas do Congresso Nacional e aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

“O Pibid vem sendo minado, fragilizado ao longo do tempo. A cada edital, tem sido reduzido o número de bolsas, o que implica na redução do número de parcerias estabelecidas entre a Universidade e as escolas públicas contempladas com o trabalho dos bolsistas”, critica Angélica.

Em nota, o Fórum Nacional de Coordenadores do Pibid e Residência Pedagógica afirma que há um descaso total com a situação dos programas. “A recomposição de orçamento significa que não foi garantido financeiramente o previsto no orçamento da Capes, demonstrando o descompromisso do Poder Executivo com a Educação”.