A professora da Faculdade de Serviço Social, Joseane Lima, mantém a prática da amamentação materna Foto: arquivo pessoal)

A professora da Faculdade de Serviço Social, Joseane Lima, mantém a prática da amamentação materna Foto: arquivo pessoal)

Agosto é o mês dedicado à campanha de conscientização a favor da prática de amamentação materna. A iniciativa, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef),  é nomeada “Agosto Dourado”. A palavra “Dourado” faz referência à qualidade de ouro que o leite materno possui. Dentre os benefícios do aleitamento materno estão o melhor desenvolvimento cognitivo, comportamental, imunológico e respiratório das crianças, além do estreitamento da relação mãe-bebê.

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) mantém projetos de extensão que têm como objetivo principal incentivar a amamentação. “Os primeiros dias de vida do bebê são fundamentais para o seu desenvolvimento e criar condições para que o aleitamento materno ocorra, desde as primeiras horas, deve fazer parte das ações prioritárias dos profissionais e serviços de saúde”,  reforça a professora da Faculdade de Fisioterapia e coordenadora do projeto de extensão Acompanhamento e Atendimento Fisioterapêutico a Lactentes com Risco para Alterações no Desenvolvimento, Jaqueline da Silva Frônio.

A iniciativa oferece acompanhamento e atendimento fisioterapêutico especializado a bebês de zero a dois anos que apresentam alterações e/ou atrasos em seu desenvolvimento motor. “Inicialmente, são realizadas avaliações nos lactentes [bebês em amamentação] encaminhados pelos serviços de saúde, para identificar os casos que necessitam iniciar o atendimento fisioterapêutico especializado. Também são realizadas visitas domiciliares e é feito um trabalho com a família de modo a auxiliá-la a entender melhor o quadro e o tratamento”, explica.

O objetivo, segundo a professora, é “dar orientações que permitam que a família ofereça os estímulos e as oportunidades adequadas para o desenvolvimento do potencial individual máximo de cada lactente, incluindo a adequada nutrição”.

Apoio para mães em fase de amamentação

A mestra em Educação pela UFJF, Eunice Sampaio, vive os benefícios do aleitamento materno (Foto: arquivo pessoal)

A mestra em Educação pela UFJF, Eunice Sampaio, vive os benefícios do aleitamento materno (Foto: arquivo pessoal)

Outra iniciativa da UFJF que fornece informações e apoio para mulheres que estão passando pela fase de amamentação de seus bebês é o projeto Amamentação: a criação de uma rede de suporte para a puérpera. A ação extensionista possui um canal virtual aberto no Instagram para que as mães possam sanar dúvidas. Além disso, a equipe também planeja produzir e compartilhar vídeos sobre o aleitamento materno.

“Vimos que faltava às mães uma rede de suporte. A amamentação sustentada, aquela que se mantém, precisa de suporte que se estende à família, aos médicos que assistem, à enfermagem. Enfim, a toda a equipe de saúde que assiste a  mãe e o bebê”, explica a professora da Faculdade de Medicina e coordenadora do projeto de extensão, Juliana Barroso Zimmermmann.

A docente acrescenta que muitos mitos são responsáveis pela suspensão da lactação. “Alguns exemplos são o suposto leite fraco, que não existe, e a suposta compressa quente, que só piora o ingurgitamento [popularmente nomeado ‘leite empedrado’]. Esses são mitos que atrapalham as lactantes e podem fazê-las desistir do processo”, salienta.

Baixas taxas de amamentação materna no Brasil

O professor da Faculdade de Medicina e coordenador do projeto de extensão Grupos digitais de apoio ao aleitamento em Juiz de Fora: uma nova abordagem a um antigo problema, Diego Junqueira Sarkis, faz um alerta sobre as baixas taxas de amamentação materna no Brasil.

“Em 2013, apenas 31,8% das crianças de dois anos ainda recebiam aleitamento materno e apenas 36,6% das crianças menores de seis meses recebiam aleitamento materno exclusivo, sendo que a prevalência recomendada pela Organização Mundial da Saúde para esses parâmetros é de 100%”, destaca.

No município de Juiz de Fora, conforme Sarkis, o cenário também é preocupante. “Entre crianças que frequentavam as creches municipais de Juiz de Fora no ano de 2019, foi evidenciado que apenas 16,1% foram amamentadas até os dois anos de idade e apenas 6,2% receberam aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida”, afirma.

No município de Juiz de Fora, há um Banco de Leite Humano (BLH), no qual as mães podem receber atendimento e sanar dúvidas sobre as dificuldades ao amamentar, além de terem a oportunidade de doar leite e participar de cursos. As atividades devem ser agendadas previamente, pelo telefone (32) 3690-7436, devido à pandemia de Covid-19.

Ensino, pesquisa e demandas da sociedade articulados

A pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra, avalia que, além de atenderem às demandas da sociedade por ampliação das taxas de aleitamento materno, os três projetos extensionistas colaboram para a formação dos estudantes da Universidade. “Professores e estudantes desenvolvem as ações com muita sensibilidade e cuidado na abordagem das lactantes, para fortalecer a relação entre as mães e seus filhos durante a experiência da amamentação. Percebe-se, também, uma consciência, uma defesa muito grande, dessa ação de extensão que contribui para a melhoria das condições de saúde dos bebês no seus anos iniciais de vida e posteriormente.”

O professor da Faculdade de Medicina, Diego Sarkis, acrescenta que a ação extensionista permite a aproximação da Universidade com a sociedade. “É uma atividade incentivada pela UFJF que encanta os alunos e os professores, já que podemos nos aproximar da sociedade e estabelecer ajudas mútuas. Através do projeto, temos a oportunidade de aumentar o número de mulheres que amamentam seus filhos e, com isso, melhorar a saúde em nossa comunidade”, conclui.

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Outras informações: imprensa.extensao@ufjf.edu.br