Livro lançado nesta sexta, 16, é a primeira tradução para o português da obra de Martineau. (Imagem: divulgação)

Harriet Martineau. É bem provável que você nunca tenha ouvido esse nome. E o motivo disso é simples. Apesar de ser considerada a “primeira mulher socióloga” e de suas importantes contribuições para a área, a britânica, assim como outras mulheres em diversos ramos da ciência, também teve seu nome riscado da história. Mas se depender da professora Fernanda Alcântara, a cientista terá o seu merecido reconhecimento. A docente do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora em Governador Valadares (UFJF-GV) lança na noite desta sexta-feira, 16, “Como observar: morais e costumes”. É a primeira tradução para o português de uma obra de Martineau.

Publicado originalmente na Inglaterra em 1838, o livro é considerado o primeiro trabalho da sociologia a discutir a condição do observador, o tratamento dos dados por ele coletados e a sua relação com o tema estudado e com os indivíduos que entrevista.

Sobre as razões de traduzir Martineau, a docente é enfática. “É a primeira socióloga de que se tem notícia, fundadora da sociologia. Pesquisadora prática, era uma mulher muito reconhecida na época, ‘vendedora de best seller’, mas foi apagada da história da sociologia”, afirma Alcântara.

E engana-se quem pensa que esse processo de jogar os holofotes para as cientistas sociais vai ficar restrito a “Como observar: morais e costumes”. Alcântara já está trabalhando na tradução para o português de uma outra obra da autora, Society in America, de 1837. Além disso, tem atuado intensamente, seja em sala de aula ou mesmo em seu blog, para mudar a forma como a sociologia é ensinada.

“Eu estou em um movimento de valorização dela [Harriet Martineau] e de outras teóricas clássicas para mudar os currículos de ciências sociais, como se ensina sociologia, e incluir não só a Harriet Martineau, mas Flora Tristan, Marianne Weber, Rosa Luxemburgo, que são clássicas mas são retiradas do currículo”.

O lançamento do livro acontece nesta sexta, 16, às 20h, dentro da programação do congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), que é considerado o maio evento da área no Brasil. Para assistir, clique aqui.