Batuque Afrobrasileiro de Nelson Silva apresentou-se no festival (Foto: acervo)

Batuque Afrobrasileiro de Nelson Silva apresentou-se no festival (Foto: acervo)

A mostra virtual “Festivais da UFJF” aborda os históricos eventos realizados pela Universidade durante a década de 1960 e início dos anos 1970, época de turbulência política – era o auge da repressão e da censura do período militar –, mas também de muita criatividade e inovação artística. Reunindo arte, história e memória, a exposição conta com imagens e vídeos que contextualizam o cenário da moda, da cultura, da política e da música do período em que os eventos aconteceram.

A mostra “Festivais da UFJF” ocorre de maneira inteiramente virtual e conta com materiais do Arquivo Central da UFJF, relatos enviados por participantes do evento e participações especiais com especialistas das áreas de música, moda, política e cultura, contextualizando o cenário da década de 1960. Com o quadro “Você sabia?”, é possível conhecer mais sobre quem foram os participantes dos eventos, conferências realizadas, apresentações, quais nomes compunham a comissão de jurados, quem foram os candidatos vencedores, entre outras curiosidades.

A exposição segue até o final de julho, podendo ser acompanhada através dos perfis do Forum da Cultura no Instagram e no Facebook, com postagens de segunda a sexta, a partir das 12h.

Festivais de Arte da UFJF

O Primeiro Festival de Arte da UFJF foi realizado em 1963, ficando conhecido como “Semeador de beleza e cultura”. Criado por Moacyr Borges de Mattos, primeiro reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, e organizado com o apoio do professor de Filosofia Irven Cavalieri, nomeado chefe do então recém-criado Departamento de Educação e Cultura, o Festival reuniu oficinas, concursos, apresentações artísticas e premiações em diversas categorias, como pintura, desenho, música, literatura, teatro, entre outros.

Os eventos continuaram a acontecer, anualmente, até o ano de 1971, com o 9º Festival de Arte da Universidade, dando um novo impulso à cultura do município. Entre os jurados, nomes como Arthur Arcuri, pioneiro da arquitetura moderna juiz-forana e responsável pelo projeto do Campus Universitário da UFJF, e Celina Bracher, artista plástica e referência nos meios culturais de Juiz de Fora.

Além das apresentações artísticas, outro destaque dos festivais foram as conferências. Uma delas, intitulada “Graça Aranha e o espírito modernista na Academia Brasileira de Letras”,  foi realizada por Josué Montello, jornalista considerado pela crítica um dos maiores narradores da moderna ficção brasileira.

Dentre as pessoas premiadas no II Festival de Arte da UFJF, em seu concurso de cartazes, esteve, por duas edições, Allan Renault, artista local criador do personagem “Zé Marmita”, logotipo da TV Industrial. Ainda na categoria Desenho, outro destaque foi o ilustrador mineiro Eliardo França, artista conhecido pela atuação no mundo literário infantil e que conquistou notoriedade internacional com um trabalho que lhe rendeu prêmios no Brasil e na Europa.

Na categoria Música, aparecem a soprano Helena Aparecida Rocha Zaghetto e a instrumentalista Sheyla Silva Brasileiro, além de Margarida Salomão, atual prefeita de Juiz de Fora, que recebeu menção honrosa em música erudita. Na categoria Declamação, Roberto Rezende Guedes foi premiado ao interpretar “Um canto para dois e um para cantar sozinho”, de Jones Kalil Jacob, e, em Literatura, recebeu menção honrosa a escritora, jornalista e artesã mineira Marilda Ladeira.

 

Forum da Cultura

 

Instalado em um casarão centenário, o espaço é um centro cultural da UFJF em atividade há mais de quatro décadas, levando à comunidade diversos segmentos de manifestações artísticas e abrindo-se a artistas iniciantes e consagrados para a divulgação de seus trabalhos.