De acordo com a 29ª edição do Boletim Informativo da Covid-19, desenvolvido pela Plataforma JF Salvando Todos, no dia 8 de junho, a média móvel do número de primeiras doses de vacinas contra o coronavírus aplicadas em Juiz de Fora era de 464,4 – o que significa uma diminuição se comparado ao dia 25 de maio, quando a média era 2.856,4. O documento ainda mostra que, nessa mesma data (8/06), já haviam sido aplicadas 263.282 doses da vacina no município; entre elas, 183.479 da primeira dose e outras 79.803 da segunda, o que significa 32% da população de JF vacinada com a primeira dose e 13,9% com a imunização completa. O documento é elaborado por alunos e docentes do curso de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o objetivo mapear a evolução da pandemia. 

Em relação à segunda dose, um dos integrantes da iniciativa, o professor Marcel Vieira, explica que, também em 8 de junho, a média móvel na cidade era 472,3o, dado que representa um aumento expressivo, pois, em 25 de maio, a média era de 180. Já na 22ª semana epidemiológica (30 de maio a 5 de junho), foram aplicadas 2.508 primeiras doses e 2.158 segundas doses de imunizantes contra a Covid-19 no município.

Vieira alerta que a diminuição no ritmo das vacinas pode impactar o município, uma vez que os imunizantes têm se demonstrado muito eficazes para o controle da pandemia. O pesquisador cita exemplos de países que, por ter uma maior cobertura vacinal, já apresentam uma melhora substancial nos indicadores e conseguiram frear o avanço da Covid-19. “O experimento realizado no município de Serrana (SP) com a vacinação de mais de 95% da população adulta com a CoronaVac levou a uma redução de 80% nos casos sintomáticos, 86% nas hospitalizações e 95% das mortes. Por isso, é extremamente importante avançarmos, cada vez mais rapidamente, com a vacinação em Juiz de Fora e em todo o país”, afirma.

Juiz de Fora registra aumento de circulação de pessoas nas ruas
A partir de dados do Google Mobility, o estudo estimou que, no dia 2 de junho, havia um percentual 9% maior de pessoas em casa em relação ao período de referência (anterior ao início da pandemia). Esse percentual era 12% maior no dia 26 de maio, indicando uma redução na adesão ao isolamento social. A ida aos locais de trabalho apresentava percentual 1% menor do que antes da pandemia – esse dado indicava uma redução de 4% no dia 26 de maio. Registrou-se aumento também nas idas às farmácias e aos pontos de venda de gêneros alimentícios, 43% a mais do que o período de referência anterior à pandemia; no dia 26 de maio, havia um aumento de 26%.

As idas aos parques também registraram aumento, com percentual 6% menor que no período de referência – essa redução era de 21% no dia 7 de maio. O mesmo foi observado em relação aos estabelecimentos de varejo e recreação: continuaram abaixo do período de referência, com uma redução de 27%; porém, esse mesmo fator era de 38% no dia 26 de maio.

Números de casos e óbitos apresenta melhora

“Devemos interpretar essas reduções com cautela, pois a Prefeitura não divulgou dados durante o feriado do dia 3 e o recesso do dia 4 de junho”, alerta Vieira.

Segundo o Boletim, o município registrou queda tanto no número de casos quanto de vidas perdidas. Vieira explica que, apesar da queda dos números de casos e óbitos, o boletim anterior havia relatado um aumento de 83,9% de registros de casos entre a 20ª e a 19ª semanas epidemiológicas, o que requer atenção e cautela dos juiz-foranos.

“Apenas na 20ª semana epidemiológica (16 a 22 de maio) foram registrados 1.177 casos, sendo a semana com o quarto maior número de registros desde o início da pandemia. Por isso, cientes dos riscos relacionados à circulação de variantes do novo coronavírus e à ainda baixa cobertura vacinal, alertamos para a possibilidade do aumento do número de contágio no município naquele momento. Cabe ressaltar que muitas regiões do país já apresentam aumentos no número de casos e, em outras, este número está estável, mas em um patamar muito elevado”, aponta Vieira.

De acordo com o Informativo, no dia 24 de maio, segundo os dados indicados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a cidade registrava 32.907 casos confirmados de Covid-19 e os óbitos de 1.594 juiz-foranos pela doença. Entretanto, no dia 7 de junho, esses números evoluíram para 34.501 casos confirmados e 1.674 falecimentos em decorrência do coronavírus. Neste cenário, os dados representam o crescimento de 4,8% e 5%, respectivamente, no período de 14 dias. 

Na 22ª semana epidemiológica (30 de maio a 5 de junho), o município registrou 509 novos casos confirmados e 29 vidas perdidas. No entanto, o Boletim aponta uma redução de 51,9% no número de casos e a diminuição de 31% no número de mortes, se comparados à 21ª semana epidemiológica, entre os dias 23 e 29 de maio.

Segundo Vieira, devemos interpretar essas reduções com cautela, pois houve feriado no dia 3 e recesso no dia 4 de junho. “Em função disso, não houve divulgação de registros de casos e óbitos pela Prefeitura de Juiz de Fora entre os dias 3 e 6 de junho, lembrando que a divulgação já não vem sendo feita nos finais de semana. Os números considerados para a 22ª semana epidemiológica incluem apenas registros divulgados entre os dias 31 de maio e 2 de junho, o que pode estar relacionado à redução observada. Precisaremos acompanhar os números das próximas semanas.”

Outro dado mostrado pelo Boletim, em Juiz de Fora, quando analisada a média móvel de sete dias, houve uma diminuição de 60% no números casos, sendo de 173,3, em 24 de maio, para 69,4, em 7 de junho. Já a média móvel do número de óbitos decresceu 13,6%, evoluindo de 5,9 para 5,1. Ainda segundo o documento, a taxa de letalidade em Juiz de Fora ainda continua superior à de Minas Gerais e a do Brasil, sendo que, em 7 de junho, alcançou 4,85%. Em comparação, a taxa era de 2,89% na Zona da Mata, 2,58% em Minas Gerais e 2,79% no Brasil na mesma data.

Período de estabilidade em Governador Valadares

De acordo com a 28ª edição do Boletim Informativo, Governador Valadares apresentava redução no número de casos e óbitos, apesar dos valores seguirem em patamar muito elevado. No entanto, segundo a 29ª edição do informativo, há estabilidade no quantitativo de novos casos de contágio e de falecimentos no município.

Até o dia 7 de junho, a cidade registrava 26.439 casos confirmados e 1.801 mortes em decorrência da doença. Apenas nas últimas duas semanas, foram registrados 837 casos e 37 falecimentos. A taxa de letalidade era de 4,09%, acima da média nacional que é 2,79%, e o tempo estimado para a duplicação dos casos era de aproximadamente 599 dias.

“Governador Valadares apresentou uma redução no número de casos confirmados e uma estabilidade no número de vidas perdidas nas últimas semanas. Além disso, a taxa de transmissão (Rt) tem estado abaixo de 1 desde o dia 3 de junho. Entretanto, será importante também acompanharmos a evolução nos próximos dias, uma vez que os números da semana passada também podem ter sido afetados pelo feriado”, finaliza Vieira.

Confira o Boletim na íntegra.

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