A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) se prepara para o retorno das aulas no dia 17 de maio. A data marca o início do primeiro semestre letivo de 2021, que acontecerá de forma remota para calouros e veteranos, diante da pandemia de Covid-19. Foram ofertadas 2.629 disciplinas neste semestre, 185 opções a mais do que no período anterior.
Os calouros aprovados pela chamada regular do Sisu, Pism e Vestibular já efetivaram a matrícula de forma on-line. Outras classificações para entrada ainda neste semestre estão previstas para os próximos dias.
Gustavo Vieira passou para Ciências Exatas pelo Pism, grupo B. Ele já fez a matrícula e aguarda o início das aulas com ansiedade, pois é a primeira vez que terá a experiência de ensino remoto. “Na escola que estudava era através de apostilas em pdf que continham exercícios de todas as matérias e as aulas eram transmitidas no canal do estado, então, não sei o que esperar desse método mas também não vejo como problema.” A Universidade adota o Google e o Moodle como plataformas de ensino remoto. Os horários das aulas estão disponíveis no Siga.
Segundo o pró-reitor de Graduação, Cassiano Amorim, está sendo planejada uma semana de acolhimento para os calouros, com atividades remotas informativas, de apresentação da Universidade. Como a situação epidemiológica ainda não permite uma recepção presencial, essa foi uma forma de estreitar o contato com os novos estudantes, esclarecendo dúvidas e passando informações. A programação ainda será divulgada.
De acordo com definição do Conselho Superior da UFJF, as atividades presenciais seguem suspensas na instituição até 30 de junho.
Quatro cursos irão aguardar início das aulas práticas
Os cursos de Medicina (campus Juiz de Fora), Odontologia (JF e Governador Valadares) e de Enfermagem (JF) irão aguardar a possibilidade de oferta de disciplinas práticas, no momento em que isso for possível, para iniciar o semestre. A decisão impacta calouros e veteranos, ou seja, apesar de já matriculados, os novos alunos também deverão esperar para o início das aulas.
De acordo com o pró-reitor de Graduação, esses cursos possuem uma grande quantidade de disciplinas práticas e, por isso, há um represamento de alunos que inviabiliza o início de novas turmas. Amorim cita o exemplo da disciplina de Anatomia, comum a grande parte das graduações de Saúde, e que tem hoje mais de 2 mil alunos aguardando para cursá-la.
No que cabe à Prograd, propostas têm sido traçadas para atender as especificidades desses cursos. Entre elas, minutas de calendários suplementares e de oferta de disciplinas intensivas práticas, para diminuir o atraso e represamento, e a possibilidade adoção de ensino híbrido (presencial e on-line) O planejamento também inclui protocolos de biossegurança a serem adotados por alunos, professores e técnicos na possibilidade de retomada das atividades.
Todas as iniciativas, no entanto, dependem de uma série de aprovações para serem levadas à frente e implementadas. É necessária uma avaliação favorável sob o ponto de vista da situação epidemiológica; autorização, por meio de decreto municipal para retomada das atividades em instituições de ensino superior; aprovação das propostas em comissões e conselhos internos, como o Conselho Setorial de Graduação (Congrad), por exemplo; e, por fim, aprovação do Conselho Superior (Consu) da UFJF. As decisões do Consu são respaldadas pelos comitês e conselhos e representam o coletivo, ou seja, todos os segmentos que compõem a UFJF e a comunidade que a integra.
Os cursos também têm se mobilizado na preparação para um possível retorno presencial. Projetos e planos têm sido apresentados para o retorno das práticas, os quais são analisados e avaliados pela Prograd, pela Comissão de Infraestrutura e Saúde e pelo Comitê de Monitoramento da Covid-19. Alguns exigem adaptações físicas, inclusive, que também estão sendo planejadas. No caso da Odontologia de Governador Valadares, um grupo de trabalho foi formado para discutir questões específicas do curso.
Na segunda-feira, dia 3, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) divulgou nova nota técnica do Programa “Juiz de Fora pela Vida”, autorizando atividades práticas presenciais para os cursos da saúde de instituições de ensino superior. Os detalhes ainda serão divulgados pela Prefeitura, e o assunto discutido internamente pela UFJF, respeitando pareceres dos comitês e conselhos da instituição, como mencionado acima.
Estágios e outras atividades presenciais
Há frequentemente uma imprecisão envolvendo as aulas/disciplinas práticas dos cursos, paralisadas desde março de 2020; os estágios e as demais atividades presenciais na Universidade. É importante diferenciar, pois ao contrário das aulas práticas, os estágios obrigatórios para os cursos de Saúde e para o Jornalismo estão autorizados desde agosto de 2020.
Alguns cursos enfrentaram lentidão para trâmite da documentação e de novos convênios, e, ainda, tiveram que fazer adequações para atender aos decretos municipais ou estaduais. Cabe destacar que, a cada mudança, há necessidade de reorganização dos campos de estágios para acolher os acadêmicos adequadamente. Apesar de frustrante, essa condição é excepcional diante do cenário da pandemia, e os alunos desses cursos puderam continuar com seus estágios.
Desde fevereiro deste ano, também está autorizada, pelo Conselho Superior, a participação de bolsistas de iniciação científica nos laboratórios de pesquisa para projetos diretamente relacionados ao combate à pandemia de Covid-19.
Os comitês e conselhos internos estão constantemente reavaliando o cenário, que é bastante dinâmico, discutindo novas propostas e, quando necessário, levando os pareceres ao Conselho Superior para análise. Segundo a Prograd, o setor também tem trabalhado diuturnamente e estudado todas as possibilidades para o desenvolvimento do ensino. Conforme a pasta, a maior preocupação neste momento de pandemia é garantir um ensino de qualidade, com segurança, em defesa da vida.
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