Rio Paraíba do Sul abastece mais de 14 milhões de pessoas, incluindo residentes da Zona da Mata mineira; rio Paraibuna é afluente (Foto: Divulgação/CETESB)

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) é integrante do comitê responsável pelo desenvolvimento do plano de recursos hídricos para a bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que passa por três estados, alcança 184 cidades e abastece mais de 14 milhões de pessoas, incluindo residentes da Zona da Mata mineira. Com base nas diretrizes estabelecidas, serão conduzidas as ações, os investimentos e o gerenciamento de recursos hídricos na região pelos próximos 20 anos. 

“Foi possível estabelecer um conjunto de ações de curto, médio e longo prazo para antecipar e solucionar problemas relacionados aos recursos hídricos. São ações como planejamento territorial, educação ambiental, investimentos em projetos de estações-tratamento de efluentes, sistemas de disposição final de resíduos sólidos, sistemas de macrodrenagem e produção de conhecimento técnico e científico”, aponta o pesquisador do departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Celso Bandeira.

Bandeira é representante da UFJF e atua no Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), com foco nas bacias de dois rios afluentes, Preto e Paraibuna – este último, intimamente ligado à história de Juiz de Fora, é o maior afluente em volume de água do Paraíba do Sul, apresentando vazão média de 179 metros cúbicos por segundo. “Formamos um grupo de trabalho coletivo, integrando o poder público, os usuários de recursos hídricos e a sociedade civil organizada, para planejar o uso de água na região pelas próximas décadas, levando em conta as atividades econômicas ao longo da bacia, o abastecimento público, a geração de energia e as diretrizes de atuação em momentos de crise hídrica.”

Plano concluído: preocupação com o presente e o futuro
A primeira fase do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (PIRH-PS) foi concluída este mês, abril de 2021, e consistiu na complementação e finalização do diagnóstico e prognóstico da bacia – além da proposição de diretrizes concretas para a resolução de problemas identificados durante o desenvolvimento do plano. De acordo com Bandeira, o documento leva em conta os âmbitos históricos, reais e possíveis: são consideradas as atuais condições, a realidade socioeconômica e as projeções de possibilidades futuras para a região, observando os aspectos físicos, bióticos, políticos, econômicos e culturais relacionados à bacia.

Bandeira explica que os grupos de trabalho agregados pelo CEIVAP analisaram e apontaram sugestões para os produtos técnicos desenvolvidos pela empresa privada escolhida, por meio de Ato Convocatório público, para desenvolver o plano. “Junto aos pesquisadores envolvidos, o processo também conta com a presença de representantes da Agência Nacional de Águas e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, por exemplo.”

Ampla participação da Universidade: pesquisadores e egressos
O professor Celso Bandeira destaca a contribuição da UFJF, não apenas por meio da própria atuação do pesquisador junto aos grupos de trabalho, como também pela presença de alunos e professores egressos que participam do processo. Exemplos são o professor aposentado Wilson Acácio, presidente do Comitê dos Afluentes Mineiros Preto e Paraibuna; e os ex-alunos graduados pela Universidade, Matheus Cremonese e Ingrid Ferreira, que atuam, respectivamente, como presidente em exercício do CEIVAP e como especialista em Recursos Hídricos na Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP).