Documentário “X não pertence” apresenta a realidade escolar e como professores de matemática lidam com a diversidade no ambiente educacional (Foto: Divulgação)

Apresentar a realidade escolar e como os professores de matemática lidam com a diversidade de sujeitos dentro do ambiente educacional. Este é o objetivo do filme “X não pertence”, elaborado pelo pesquisador Alexandre Jenevain Júnior, no Mestrado Profissional em Educação Matemática da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A obra em audiovisual está disponível gratuitamente no YouTube, sendo composta por entrevistas e por cenas que englobam questões raciais, de gênero e sexualidade, da comunidade LGBT+, entre outras.  “Consideramos que esse produto é um convite ao diálogo. É a primeira pesquisa com essa temática em mestrados profissionais e traz grandes contribuições para a formação de professores de Matemática no Brasil”, ressalta o orientador do trabalho acadêmico e professor da UFJF, Marco Kistemann.

Assista ao documentário “X não pertence”.

Antes e depois da pandemia

A elaboração do filme passou por duas fases, antes e depois da pandemia de Covid-19, sofrendo adaptações para abordar temas como o racismo, a homofobia, o bullying e a violência escolar. “O resultado foi um documentário que performatiza o cotidiano daqueles que são violentados por um sistema social e escolar que desmerece e estigmatiza a diversidade. Ser diferente dos padrões sociais estabelecidos é estar no alvo da violência na sociedade e no meio escolar. O documentário busca promover discussões sobre temas que muitos querem evitar. É um marco na pesquisa de formação de professores no Brasil”, afirma  Kistemann.

Alexandre Jenevain Júnior: “Minha própria trajetória educacional foi escassa na abordagem de assuntos sociais” (Foto: Arquivo pessoal)

Diversidade amplia questões de pesquisa

 Conforme o mestrando Alexandre Jenevain Júnior, duas experiências principais o motivaram a elaborar a pesquisa: ser integrante da comunidade LGBT+ e a escassez do debate sobre diversidade em sua trajetória acadêmica.  “Minha própria trajetória educacional foi escassa na abordagem de assuntos sociais, seja no ensino básico ou no ensino superior. Além disso, por pertencer à comunidade LGBT+, sempre busquei conhecimento sobre a minha luta e sobre as demais pautas”, pontua.

Nesse sentido, Jenevain destaca o desejo de contribuir para a abordagem de questões sociais em diferentes espaços educacionais. “Gostaria de salientar que o principal objetivo deste documentário é abrir discussões. Procuramos não impor nem fechar nenhum assunto, principalmente com o foco de que as pessoas vejam diferentes opiniões e conversem sobre elas. Estamos confiantes de que esse produto é importante para a área acadêmica”, conclui.

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