“Cidades, espaços públicos e modos de vida urbanos em tempos de pandemia” é o tema da mesa-redonda on-line que acontecerá no próximo dia 6. Organizado pelo Programa de Pós-graduação em Geografia (Ppgeo) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) o encontro visa discutir os impactos provocados pela pandemia no contexto urbano e na vida dos citadinos em decorrência do distanciamento social. O evento será transmitido pelo canal do Ppgeo no Youtube a partir das 14h de forma gratuita, não sendo necessário se inscrever.

A mesa reunirá pesquisadores de instituições de ensino de Portugal, do Paraná e de Goiás que buscam questionar as dimensões urbanas referentes à sociabilidade, ao trabalho, à cultura, à participação política e ao  uso dos espaços públicos.

De acordo com a professora do Ppgeo e organizadora do evento, Rosemere Maia,  o tema surgiu em função da disciplina “Cidade como campo de poder”. “Pensei em trazer convidados que pudessem problematizar os impactos provocados pela pandemia no contexto urbano e na vida dos citadinos a partir da constatação de que,  mesmo ao trabalhar com autores clássicos do final do século XIX e início do século XX,  os alunos sempre fazem algum tipo de referência ao contexto atual, dado o ineditismo da situação que temos experimentado e, ao mesmo tempo, aos desafios que o novo coronavírus têm imposto ao nosso dia a dia e à organização/gestão da vida nas cidades.”

Para Rosemere, a pandemia provocada pelo novo coronavírus Sars-CoV-2 não só tem impactado a saúde, mas vem estendendo seus efeitos sobre a economia, a sociabilidade, a vida política e a dinâmica citadina. “Embora a máxima presente nas análises sobre o tema é de que ‘o coronavírus é democrático’ – podendo atingir a todos –  ele, no fundo, encontrou formas eficientes de difusão no mundo justamente pelo fato de haver uma grande concentração populacional em áreas urbanas, o que favorece não só a velocidade do contágio, como a extensão de seus danos. Por isto mesmo, as medidas mais eficazes para seu controle não se referem, exclusivamente, ao uso de equipamentos de proteção individual, medicamentos ou vacinas, mas dizem respeito ao distanciamento social e intervenções no ambiente citadino, de modo a evitar ou minimizar situações de aglomeração em contextos, que em grande medida são marcados por desigualdades sociais, processos de segregação socioespacial, dificuldades de mobilidade e má distribuição de bens e serviços. A mesa proposta agregará pesquisadores que, a partir de olhares sensíveis sobre a cidade e as relações/experiências de seus moradores, trarão contribuições importantes para a compreensão de alguns dilemas e contradições que se apresentam neste momento tão singular e que exigem das Ciências de modo geral,  se não respostas definitivas, ao menos  questionamentos capazes de tirar a sociedade da zona de conforto, fazendo com que se mova em direção a outros caminhos, outras possibilidades de experiência do ‘sentido de humanidade/urbanidade’”, conclui.