O projeto de extensão Educação Financeira no Ensino Médio elaborou um artigo em que discute o crescimento do número de pessoas físicas que atualmente investem no mercado financeiro (ações e outros ativos de renda variável).

De acordo com os autores do texto, os novos investidores, em sua maioria, foram atraídos para a bolsa de valores em razão da redução da taxa básica de juros da economia no ano de 2020. Ressaltam que o crescimento é relevante pois ocorreu de forma rápida, em um período de grande incerteza para a economia; e consequentemente, para as empresas listadas na bolsa. “A taxa Selic reduziu drasticamente e, atualmente, encontra-se em 2%, o que trouxe um incentivo para a população de buscar outras formas de rendimento além da renda fixa. Tal política, fez com que o volume de negociação de pessoas físicas superasse o volume de negociação de investidores institucionais registrando 27,98% do volume total da bolsa. Curiosamente, até pouco tempo esse número não passava de 3,5%”, destacam o professor do departamento de Ciências Econômicas do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV), Sergio Louro Borges; e os estudantes do curso Guilherme Eller Fidelis e Raphael Dias Ribeiro Rocha.

Por outro lado, o texto aponta que apesar do crescimento do número de investidores, a participação da população brasileira no mercado financeiro ainda é tímida se comparada a de outros países. “O mercado financeiro no Brasil ainda é bastante fraco, sendo que menos de 0,5% da população brasileira investe nesse ramo. Para se ter ideia, nos Estados Unidos, metade dos norte-americanos investem em renda variável. Na Europa e na Ásia, a proporção gira entre 20% e 30% da população, dependendo do país”.

Os autores acreditam que o contínuo aumento do número de investidores no Brasil passa pela educação financeira e citam cuidados que devem ser tomados por quem deseja entrar no mercado financeiro. “A população precisa se atentar ao fato que a renda fixa, mesmo com rendimentos muito baixos na atualidade, continua sendo muito importante, a fins principalmente de estabelecer a reserva de emergência. Ademais, deve-se obedecer ao perfil de investidor que se adeque à personalidade individual; não existe investimento melhor ou pior, tudo varia de acordo com as especificidades de cada um”.

O material completo elaborado pelo projeto de extensão Educação Financeira no Ensino Médio está disponível aqui.