O Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidade, Gênero, Diversidade e Saúde: Políticas e Direitos (Gedis/CNPq) encerra as atividades do II Seminário Internacional de Pesquisa do Gedis e do III Seminário Nacional de Pesquisa de Gedis com simpósios que buscam refletir assuntos como gênero, sexualidade, raça e classe. As inscrições para assistir ao vivo estão encerradas, mas os eventos estão sendo gravados e serão futuramente postados no Youtube, no Canal do CeR-LGBTQI+, projeto de extensão da UFJF.

Na quarta-feira, 10, as atividades, que vêm sendo realizadas desde de janeiro, contam com a participação dos pesquisadores da Universidade Lusófona de Lisboa e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), respectivamente, Nelson Ramalho e Guilherme Ferreira, para abordar o tema “Vidas Lixadas: Trabalho Sexual, Precariedades e Travestilidade – Brasil e Portugal”.

De acordo com o coordenador do Gedis, Marco José Duarte, o tema reflete sobre a travestilidade no Brasil e em Portugal. “É nesse sentido, portanto, que temas como vulnerabilidades e precaridades estão associadas, pois imprimem a realidade de existência de travestis que, em sua maioria quase que absoluta, sobrevivem, aqui no Brasil ou em Portugal, do trabalho sexual, ou da prostituição como todos conhecem.”

Por outro lado, Duarte percebe que o tema envolve questões, como o encarceramento e o tráfico de pessoas. “Penso que será um diálogo rico a partir dos achados e das análises dos pesquisadores que em muito contribuirão para outras pesquisas, como a que estou orientando no mestrado do PPG-Serviço Social (PPGSS), com a primeira mestranda travesti negra da UFJF, Dandará Felícia Oliveira, que abordará sobre a realidade das travestis trabalhadoras de sexo na cidade de Juiz de Fora. Ou seja, é uma proposta de um estudo local que dialoga muito com esses estudos”, completa o professor.

Ofensivas e cruzadas

Na quarta-feira, 17, o diálogo será conduzido pelo pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marco Aurélio Prado, com simpósio sobre o tema “Ofensivas e cruzadas Antigênero, Anti-Feminismo, Anti-LGBTQI+ e Racistas”.

“O professor Marco Prado coordena o Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG e foi um dos primeiros pesquisadores a tratar do tema das ofensivas e das cruzadas antigênero, como uma jornada ou estratégia de guerra que não se restringe somente ao território nacional, mas é um projeto ideológico mundial, protagonizado pelas forças conservadoras, reacionárias, nazi-fascistas, religiosas, ou seja, essa extrema-direita e seus valores moralistas, que vêm se consolidando ou disputando lugares de poder em muitos países, assim como no Brasil, com suas particularidades”, reitera Duarte.

De acordo com o coordenador do Gedis, o simpósio foi escolhido para encerrar as atividades dos eventos por se tratar de um enfrentamento político e científico que os pesquisadores estão enfrentando ao pesquisar gênero, sexualidade e raça, a partir de temas como aborto, transexualidade, bissexualidade, queer entre outros.

Corpos negros importam

Compondo a programação, também será realizado o “II Ciclo de Conversações Corpos Negros Importam”. O evento será aberto pela socióloga e mestre em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Elizabeth Viana. O evento acontece no dia 19 de março, a partir das 16h no Google Meet.

A professora é uma mulher negra idosa, de candomblé, militante histórica do Movimento Negro Unificado (MNU), companheira de lutas da pioneiro em estudos sobre cultura negra no Brasil, Lélia Gonzalez, inclusive atuando na coordenação da campanha da deputada federal em 1982. Além disso, foi diretora da Fundação Cultural Palmares na sede do Rio de Janeiro. 

Em seguida, a partir das 17h, acontece uma segunda roda de conversa com as pós-graduandas do Programa de Pós-graduação do Serviço Social (PPGSS) que têm como objeto de pesquisa temas sobre gênero, sexualidade, raça e classe. 

Balanço

Durante o conjunto dos dez simpósios, de janeiro a março, foram tratados vários temas a partir de pesquisas científicas. “O público dos eventos, em sua maioria, é de estudantes de graduação e pós-graduação, docentes, pesquisadores e ativistas feministas, antirracistas e LGBTQI+ de norte a sul do país, o que por si, toma a criticidade, a investigação e a busca de conhecimentos. Assim, as contribuições das conferências e dos debates dos eventos enriqueceram muito esse processo de pesquisa e de formação, tendo em vista, particularmente, que muitos desses assuntos não são tratados como conteúdo curricular, seja na graduação ou mesmo na pós-graduação”, finaliza Duarte.

O II Seminário Internacional de Pesquisa do Gedis e o III Seminário Nacional de Pesquisa do Gedis+ têm coordenação geral dos professores Marco Duarte e Sabrina Pereira Paiva, ambos da Faculdade de Serviço Social da UFJF.

Outras informações: gedis.ufjf@gmail.com 

II Seminário Internacional e III Seminário Nacional do GEDIS e II Curso de Extensão do CeR-LGBTQI+

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