Nesta segunda-feira, dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data marca as reivindicações de mulheres em diferentes partes do mundo por igualdade de direitos e oportunidades nas diversas esferas da vida social: família,  trabalho, meio acadêmico e na sociedade em geral.

Para reforçar o seu compromisso com o combate às desigualdades, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) preparou uma campanha sobre a temática e suas especificidades neste contexto de crise sanitária. O material ressalta a atuação das mulheres na pandemia da Covid-19. No mundo, elas representam 70% dos profissionais na linha de frente na luta contra o coronavírus  – segundo o relatório “Covid-19: Um Olhar para Gênero” do Fundo de População das Nações Unidas (da sigla em inglês UNFPA) -, ou seja, na luta pela vida. No Brasil, conforme o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), 65% dos seis milhões de profissionais do setor são do sexo feminino –em áreas como fonoaudiologia, nutrição e serviço social elas ultrapassam 90% de presença, e 80% em enfermagem e psicologia.

A campanha da UFJF foi idealizada em parceria pelas diretorias de Imagem Institucional e Ações Afirmativas (Diaaf). Representando a Diaaf, a ouvidora especializada, Danielle Teles da Cruz, enfatizou a necessidade de valorização da multiplicidade do universo feminino. 

“Respeitando as questões de raça, orientação afetivo-sexual, identidade de gênero, classe, idade e categoria profissional. Além disso, a atual conjuntura aprofunda as iniquidades relacionadas ao gênero. É importante refletirmos sobre algumas questões, tais como: quem são os indivíduos que estão na linha de frente do combate ao coronavírus? São as mulheres?  Mas quais mulheres? Entre os acometidos pela Covid-19, as chances de sobrevivência são as mesmas? Desemprego no Brasil: quem está pagando a conta? Taxa de abandono na educação formal: observamos também a diferença de gênero?” 

Além da ouvidora, participaram da elaboração da campanha as jornalistas Letícia Santos, Flávia Lopes, Milena Dibo e Aline Avellar. 

“A campanha foi produzida de uma forma que valorizasse todas as mulheres em todas as esferas dentro da Universidade: professoras, alunas, técnico-administrativas em educação, terceirizadas. Buscamos mostrar também como a pandemia afetou as mulheres, principalmente as negras, de uma forma diferente em relação aos homens. Temos que celebrar, sim, mas não podemos esquecer como ainda é difícil para as mulheres”, afirma Letícia.

A avaliação é compartilhada pela jornalista Flávia Lopes. “Apesar do caráter comemorativo da data, não é possível falar em mulheres sem abordar as inúmeras desigualdades, que ficaram ainda mais evidenciadas na pandemia. As mulheres são maioria na linha de frente de combate à Covid-19, estão perdendo seus empregos em ritmo maior que o dos homens, estão sobrecarregadas em seus trabalhos de cuidados, e por consequência, estão produzindo menos na academia. Não podemos deixar esses dados de lado.” 

A UFJF frente às desigualdades sociais

As jornalistas Milena Dibo e Aline Avellar salientam a importância de a Universidade se posicionar frente às desigualdades sociais. “Principalmente nesse contexto de pandemia, em que todas as desigualdades que enfrentamos se acentuaram. E porque muitas mulheres que trabalham na UFJF estão na linha de frente do combate à Covid-19, nas mais diversas atividades”, afirma Milena.

Do mesmo modo, a jornalista Aline Avellar avalia que a conjuntura demanda das instituições e dos cidadãos um posicionamento firme quanto à redução das desigualdades e à defesa dos direitos humanos. “São imensas as desigualdades que separam homens e mulheres no Brasil, especialmente se analisarmos outros marcadores sociais da diferença, como raça e classe. Desse modo, não se posicionar significa reforçar as estruturas de poder vigentes. Que a UFJF permaneça na defesa de um país mais justo.”