(Arte: Centro de Referência LGBTQI+)

O Centro de Referência e Promoção da Cidadania LGBTQI+ da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza na próxima sexta-feira, 29, a partir das 16h, três rodas de conversa sobre as identidades e existências de pessoas trans [que não se identificam parcial ou integralmente com o gênero designado ao nascimento].  

As atividades são gratuitas, abertas ao público em geral e on-line, com transmissão pelo  canal do Centro de Referência LGBTQI+ da UFJF no YouTube. A iniciativa marca o Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro. 

Siga o Centro de Referência LGBTQI+ no YouTube

“Colocar o debate da Visibilidade Trans no dia 29 de janeiro repercute uma luta de muitos anos em que a população trans, de transexuais e travestis, vem afirmar um lugar de fala, de sujeito, que reivindica junto ao Estado brasileiro. Essa é a marca do 29 de janeiro, suas pautas de luta, suas bandeiras”, ressalta o coordenador do Centro de Referência LGBTQI+ e professor da Faculdade de Serviço Social da UFJF, Marco José Duarte

Rodas de conversa: temáticas e convidados

Duarte explica que as rodas de conversa virtuais irão abordar três temáticas principais, quais sejam: “a construção de sujeites travestigêneres”, “transmasculinidades na cena da cidade” e “existências não-binárias”. E  serão protagonizadas pelos seguintes integrantes da comunidade trans: Robeyoncê Lima, ativista e primeira advogada mulher trans do Brasil e co-deputada estadual de Pernambuco pelo PSOL; Dandara Felícia, ativista travestigênere negra e mestranda em Serviço Social na UFJF; Hugo Maia, ativista, homem trans negro e lutador de MMA; Michell Marques, ativista transmasculino e técnico de enfermagem; Caluã Elói, ativista trans não-binárie negre, profissional e pesquisadore de arte e cultura; e Júpiter Pimentel, ativista trans não-binárie e designer.  

Já a mediação dos debates será realizada pela ativista travesti negra e pós-graduanda em Gênero e Sexualidades, Bruna Rocha; pelo ativista, homem trans e advogado, Júlio Mota; e pelo ativista trans não-binárie e estudante de Serviço Social, Sidney Aurum.

“O 29 de janeiro traz o conjunto dessa população organizada nesta luta, para que o Estado veja esses corpos, essas vidas, esses sujeitos. Eles existem e por existirem em sua forma de resistência cotidiana reivindicam direitos e políticas públicas. A maioria são excluídos, de uma forma geral, da saúde, da assistência social, da educação, do trabalho, da renda, da moradia”, afirma Duarte.  

“As vidas trans são marcadas pela precariedade, apesar de suas resistências e organizações. E é por isso o 29, essa afirmação pela vida, pela visibilidade desses corpos” – Marco Duarte

O pesquisador e coordenador do Centro de Referência LGBTQI+ acrescenta que o Brasil permanece no topo do ranking mundial de assassinatos e violências às pessoas trans. E, nesse sentido, o Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis é uma afirmação pela vida.

“Sabemos que do ponto de vista do Estado, do ponto de vista da sociedade, o que temos é aniquilamento, é morte, é assassinato. É o banimento desses corpos que são cada vez mais violentados. O Brasil continua no topo do ranking mundial de assassinatos e violência às pessoas trans, particularmente, quando esses corpos e vidas são interseccionados com outros marcadores sociais da diferença, como raça, classe, território, dentre outros. São marcados pela precariedade, apesar de suas resistências e organizações. E é por isso o 29, essa afirmação pela vida, pela visibilidade desses corpos. O 29 representa essa luta, que é todo dia, é 24 horas, é afirmação pela vida, é a afirmação do desejo de ser quem são”, conclui.

Outras informações: imprensa@comunicacao.ufjf.br