O aplicativo “Te vi por aí: Juiz de Fora – Saboya 1946-49”, lançado em julho deste ano por pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi premiado na 15° edição do Prêmio Amigo do Patrimônio, promovido pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac) da Prefeitura de Juiz de Fora. O aplicativo recebeu o prêmio na categoria “Proposta Inovadora”, em cerimônia remota, realizada no último dia 16.

O aplicativo, que está disponível gratuitamente na Google Play, organiza o plano de remodelação do espaço urbano de Juiz de Fora nos anos de 1946 a 1949, desenvolvido pelo engenheiro José Otacílio de Saboya Ribeiro, de forma interativa, simples e de fácil visualização e interpretação. Por meio da plataforma, é possível fazer uma comparação entre a estrutura urbana da década de 40 e o momento presente. 

O idealizador do projeto, Francisco Gomes, acredita que a popularização da internet, dos smartphones e dos demais aparelhos tecnológicos fez com que crescesse o interesse das pessoas para este tipo de iniciativa. “Isso talvez foi capaz de chamar a atenção da comissão de avaliação do prêmio, já que as Ciências Humanas normalmente não possuem uma tradição na criação deste tipo de tecnologia, sendo uma proposta interessante para a popularização de ciência e tecnologia.”

Início já era promissor
A iniciativa teve início em 2018, com o processo de digitalização das cartas do Plano de Remodelação de Saboya, realizado como parte de um projeto de iniciação científica do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado (GLA) da UFJF, com o apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU).

O projeto resultou na criação de uma base de dados digital de todas as plantas do Plano de Remodelação, da década de 1940, chegando a receber o prêmio de melhor trabalho de iniciação científica de 2018.

“Juiz de Fora é uma cidade extremamente rica em relação à sua história e a quantidade de documentos que contam essa história estão bem preservados, principalmente cartas e mapas que contam sobre o processo de construção da cidade, até se tornar isso que vemos hoje. Por isso, já estamos pensando em ampliar um pouco mais as cartas do aplicativo, na tentativa de agrupar uma maior série histórica, mas isso só depois de passar a pandemia e se conseguirmos firmar algumas parcerias para ter acesso a esses outros materiais cartográficos”, acrescenta o pesquisador.  Além de Gomes, o desenvolvimento do aplicativo contou com a participação dos colegas de mestrado Gustavo Amaral, Luciano Caramez e Lucas Pinheiro, além da graduanda em Geografia, Ana Carolina Pereira.