Página contém vídeos sobre acessibilidade no contexto do ERE. (Foto: reprodução)

Nesta semana de recomeço de atividades acadêmicas no Ensino Remoto Emergencial, alunos e professores da Universidade Federal de Juiz de Fora iniciam aulas do segundo semestre letivo de 2020, suspenso devido à pandemia de Covid-19. De forma a garantir a participação de estudantes com deficiência a práticas inclusivas por parte dos docentes, o Grupo de Trabalho Acessibilidade divulga vídeos com orientações importantes sobre temas como dislexia e deficiências visual, auditiva e intelectual. Clique aqui e acesse os materiais.

“Acessibilidade se faz com conhecimento, e diz respeito a qualquer indivíduo” Silvana Lahr, docente da UFJF-GV

A professora Silvana Lahr explica que a iniciativa teve início em uma reunião do GT com coordenadores e chefes dos 11 departamentos do Campus GV, onde foi definida a produção dos materiais para auxiliar os professores na adaptação das aulas. “Surgiu a ideia de transformarmos os procedimentos operacional padrão em vídeos, e inserirmos depoimento de estudantes para sensibilizar e fazer o professor se colocar no lugar dos assistidos do GT Acessibilidade”. Ainda segundo a coordenadora do GT, os vídeos são produzidos pelos bolsistas, sob orientação de docentes e técnico-administrativos, e além de orientações sobre adaptações possíveis ao formato do ERE, contêm informações sobre o fluxo do GT Acessibilidade no atendimento a alunos, professores e coordenadores.

“Alguns alunos que tinham necessidades de adaptações de infraestrutura no ensino presencial não as têm no ensino remoto. Porém como a aula é remota, no computador, alguns alunos têm maiores demandas: na aula assíncrona, onde o aluno precisa fazer leitura labial, e o rosto do professor não aparece, o aluno fica sem acesso”, comenta. Silvana destaca ainda que o desafio de adaptação à nova realidade do ERE não atinge apenas pessoas com deficiência: “a organização das tarefas e a disciplina pegou de surpresa estudantes e docentes, não é específico de quem tenha deficiência; ficou difícil para todos. A necessidade de adaptações aumentou para todos no ensino remoto emergencial, principalmente para alunos que possuem deficiência ou transtorno do neurodesenvolvimento. Acessibilidade diz respeito a qualquer indivíduo”.

Acessibilidade é conhecimento

“As barreiras que precisam ser vencidas para melhora da inclusão e da acessibilidade são quebradas por meio do conhecimento. A partir do momento em que eu [como professor] conheço determinadas formas de ministrar a aula e como elas atingem o aluno e seu acesso ao conhecimento, isso faz com que eu esteja sensibilizada e saiba o que fazer. Acessibilidade se faz com conhecimento, e com conhecimento, as pessoas vão estar mais sensíveis”, reforça Silvana. O Grupo promove postagens informativas e eventos remotos a partir da página no instagram. Clique aqui e confira.

O campus Governador Valadares da UFJF possui 38 estudantes com alguma deficiência e/ou transtorno do neurodesenvolvimento. Destes, 34 são assistidos atualmente pelo GT Acessibilidade. As atividades são desenvolvidas por uma equipe composta por sete professores, quatro TAEs e 27 estudantes, entre bolsistas e voluntários. “Esses estudantes que integram o GT são pessoas que amanhã se tornarão profissionais preparados para multiplicar o conhecimento e tratar pessoas com acessibilidade”, finaliza.