Formar atletas e educar cidadãos. Este é o objetivo do projeto de extensão Futebol UFJF, da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atualmente desenvolvido em parceria com o Tupynambás Futebol Clube. A meta tem sido atingida. Além de melhorar os índices escolares e sociais dos participantes, a iniciativa, que teve início em 2014, tem egressos atuando por diversos clubes de destaque no cenário futebolístico brasileiro.

Atacante John John, que assinou com o Grêmio no início do ano para atuar pela equipe sub-20, é um dos casos de sucesso do projeto (Foto: Arquivo pessoal)

O maior destaque dentre os atletas formados pela iniciativa fica por conta do volante Wesley. O jovem, de 20 anos, passou três temporadas de desenvolvimento no Futebol UFJF e hoje defende o atual líder da Série A do Brasileirão – o Atlético Mineiro. Outros atletas formados no projeto estão, atualmente, nas categorias de base de equipes espalhadas por todo o país. No sub-20, atuam John John (Grêmio); Max (Flamengo); Vinícius e Guilherme (Real Brasília). Já no sub-17 encontram-se o atacante César (Avaí); o volante Igor Cezário e o zagueiro Enzo (Sport Recife). 

Em Juiz de Fora, atuam pelo Tupynambás, equipe que acabou de se classificar para a segunda fase da Série D do Campeonato Brasileiro, o lateral direito Lucas Santos e o volante Gabriel Sá. Já o Tupi tem em seu elenco principal o volante Lucas Rodrigues, o zagueiro Mateus Mega e o meia Mateus Campos. Em São João del-Rei, os atletas formados no Futebol UFJF atuam nas divisões de base do Campeonato Mineiro. O meio-campo Reydner, pelo Social, e o goleiro João Caniato, pelo Athletic, cujo time principal conseguiu neste fim de semana acesso inédito ao Módulo I do Estadual.

Potencial esportivo

Coordenador Marcelo Matta ressalta que, para além do talento, UFJF visa dar dignidade aos participantes (Foto: UFJF)

“A UFJF, com sua infraestrutura, conhecimento técnico-científico e vontade de atender a esse grupo, fez um projeto de futebol em que o critério de inclusão é o potencial esportivo. Para além do talento, o que a Universidade fez foi desafiar, oportunizar, dar dignidade para essas pessoas, desde o material de treino até as competições”, explica o coordenador do projeto, professor Marcelo Matta. 

Ele ressalta que a participação dos jovens é parte de um processo de formação educacional, iniciado nas instituições ligadas à educação básica. “Esses meninos tiveram a sua escola, onde estudaram, e a escola de futebol das quais participaram. Isso tudo faz parte de um processo e a Universidade, através da Faefid, dá sequência.”

Para o coordenador, o sucesso dos atletas é o reflexo do trabalho desenvolvido ao longo desses tempos. “É uma satisfação muito grande iniciar uma relação com uma criança de 12, 13 anos e, cinco anos depois, ela estrear numa equipe profissional e a gente poder ver o crescimento, o desenvolvimento do menino, isso é muito legal.”