Em ordem: professora Adriane Medeiros Nunes, doutoranda Ágatha Merilin de Oliveira Lopes, professora Fabíola Dutra Rocha , professora coorientadora Paula Rocha Chellini, professor orientador Rafael Arromba de Sousa, professor Ricardo Mathias Orlando e professor Renato Camargo Matos. (foto: arquivo pessoal)

Uma tese de doutorado realizada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) analisa a presença de três metais tóxicos (cádmio, cromo e chumbo) em tinturas fitoterápicas de plantas medicinais, como Alcachofra, Cáscara Sagrada, Espinheira Santa e Guaco. A pesquisa foi desenvolvida por Ágatha Merilin de Oliveira Lopes, no Programa de Pós-Graduação em Química em parceria com a Faculdade de Farmácia da UFJF.

A pesquisadora explica que a fitoterapia consiste em tratar ou prevenir doenças através do uso de plantas. Segundo ela, a tintura fitoterápica é uma das formas farmacêuticas da planta medicinal. “A população utiliza plantas medicinais e fitoterápicos, pois acredita que não há qualquer risco associado, contudo elas podem estar contaminadas por diferentes agentes tóxicos, como os metais pesados”, orienta Ágatha que acrescenta que esses contaminantes possuem capacidade de interferir no funcionamento do organismo humano, mesmo em baixas concentrações.

Os resultados mostram que os teores de cádmio, cromo e chumbo encontrados nas vinte e uma amostras de tinturas fitoterápicas adquiridas no comércio de Juiz de Fora, Belo Horizonte e doadas pela Faculdade de Farmácia, estão abaixo dos limites máximos permitidos pela Anvisa, Farmacopeia Internacional, Farmacopeia Americana e pela OMS. Dessa forma, segundo a pesquisadora, as amostras estudadas estão conforme o esperado, ainda que os limites possam ser considerados elevados.

Ágatha pontua que a determinação de metais pesados, recomendada pela Farmacopeia Brasileira e por órgãos internacionais, consiste em métodos analíticos clássicos que não possuem sensibilidade o suficiente para quantificar corretamente os contaminantes. Dessa forma, a pesquisadora desenvolveu o estudo buscando disponibilizar uma abordagem compatível com análises de rotina, ou seja, com mínima manipulação de amostra, alta frequência analítica e custo moderado. Para isso, empregou a técnica de espectrometria de absorção atômica com forno de grafite, que possibilita a determinação quantitativa de elementos em uma ampla variedade de amostras. Ela conta que o desempenho favorável demonstrou a versatilidade do método, garantindo a qualidade para os usuários destes produtos.

O professor orientador, Rafael Arromba de Sousa, destaca o ineditismo do estudo no Brasil, ou seja, antes desta pesquisa ainda não havia disponível um método adequado para a monitoração de contaminantes metálicos em tinturas fitoterápicas. Segundo Rafael, a tese buscou atender a uma demanda social, ainda incipiente e para a qual a academia tinha poucas informações. “Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a qualidade dos medicamentos e, para isso, os laboratórios precisam de elementos de ação: métodos de análise e estudos prospectivos que orientem na garantia da qualidade”, completa. 

Contatos:
Ágatha Merilin de Oliveira Lopes – (Doutoranda):
agathamerilyn@gmail.com

Rafael Arromba de Sousa – (Orientador)
rafael.arromba@ufjf.edu.br 

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Rafael Arromba de Sousa – Orientador (UFJF)
Profa. Dra. Paula Rocha Chellini – Coorientadora (UFJF)
Prof. Dr. Ricardo Mathias Orlando – (UFMG)
Profa. Dra. Adriane Medeiros Nunes – (UFPel)
Prof. Dr. Renato Camargo Matos – (UFJF)
Profa. Dra. Fabíola Dutra Rocha – (UFJF)

Outras informações: (32) 2102-3309 – Programa de Pós-Graduação em Química