Katiuscia Vargas: “Nossa preocupação é conseguir atender com qualidade todos os estudantes” (Foto: Alice Coêlho)

O Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está elaborando uma série de ações para orientação aos professores acerca das necessidades educacionais especiais dos estudantes com deficiência no contexto do ensino remoto emergencial (ERE). A partir do dia 3, serão realizados três encontros virtuais, para o esclarecimento de dúvidas e instruções à comunidade acadêmica. As lives acontecem no Canal do NAI no YouTube.

“Convidados da UFJF e também de outras instituições vão tratar de temas que tocam a inclusão no ensino remoto emergencial”, explica a professora da Faculdade de Educação (Faced) e coordenadora do NAI, Katiuscia Vargas Antunes

Programação das lives

No encontro agendado para o dia 3, serão debatidas, das 15h30 às 17h,  “As necessidades educacionais especiais de estudantes com deficiência auditiva/surdez no contexto do ensino remoto emergencial”. Os convidados são o professor da Faced, Rodrigo Mendes, e a intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) da UFJF,  Ana Paula Machado. 

No dia 10 de setembro, das 15h30 às 17h, serão abordadas “As necessidades educacionais especiais de estudantes com deficiência visual no contexto do ensino emergencial remoto”. A convidada é  a professora Nadir Machado, coordenadora de audiodescrição do Instituto Benjamin Constant, centro de referência nacional na área da deficiência visual. 

Já no dia 24 de setembro, das 10h às 12h, a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Márcia Pletsch, falará sobre a “Inclusão  no ensino superior: desafios cotidianos e emergenciais’. 

Outras estratégias para a inclusão

Além dos encontros virtuais, Katiuscia Vargas explica que, frente ao contexto do ensino remoto na UFJF, o Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) está realizando reuniões com os coordenadores dos cursos de graduação. “Já estamos com uma agenda de reuniões com coordenadores cujos cursos têm estudantes com deficiência matriculados para conversar sobre estratégias de inclusão.  Esta agenda está sendo elaborada na medida em que os coordenadores ou professores de alunos com deficiência nos procuram.’’

“Vamos divulgar um manual orientador com instruções e sugestões de como adaptar materiais pedagógicos para os estudantes com deficiência” – Katiuscia Vargas

O Núcleo prepara ainda a publicação de um manual sobre a adaptação de materiais pedagógicos neste contexto de excepcionalidade. “Vamos divulgar, no início de setembro, um manual orientador para toda a comunidade acadêmica, em especial para docentes, com instruções e sugestões de como adaptar materiais pedagógicos para os estudantes com deficiência. Os intérpretes de Libras também estão organizando o processo de atendimento aos estudantes surdos”, ressalta Vargas.  

Equipamentos e novos bolsistas 

Atualmente, 13 bolsistas da modalidade de Treinamento Profissional apoiam as atividades do NAI, visando à inclusão dos alunos com deficiência. Para o ensino remoto emergencial, o grupo será ampliado.

“Vamos abrir mais 10 vagas  para aumentar a nossa capacidade de atendimento. Encaminhamos, ainda, a compra de equipamentos de tecnologia assistiva para serem utilizados por estudantes atendidos pelo NAI que não têm condições de adquirir esses equipamentos”, destaca a coordenadora.

“Encaminhamos a compra de equipamentos de tecnologia assistiva para serem utilizados por estudantes atendidos pelo NAI que não têm condições de adquirir esses equipamentos” – Katiuscia Vargas

Dentre os equipamentos solicitados pelo Núcleo estão acionadores de teclado para pessoas com paralisia cerebral; teclado adaptado em braille para pessoas cegas; linha braille – equipamento eletrônico que transforma o conteúdo em informação tátil, exibida dinamicamente em braille – para pessoas cegas; e gravadores digitais.

“Nossa preocupação é conseguir atender com qualidade todos os estudantes, considerando que a nossa equipe é bem reduzida e contamos majoritariamente com bolsistas. Acredito que o desafio da inclusão é igualmente grande para todos os estudantes da UFJF. No caso dos estudantes com deficiência, ainda é preciso considerar a acessibilidade às plataformas de ensino e os recursos necessários para a sua participação no ERE”, avalia Katiuscia Vargas. 

Diagnóstico de acesso digital

Ainda segundo a coordenadora do NAI,  234 estudantes se autodeclararam com deficiência no diagnóstico das condições de acesso digital da UFJF, realizado em junho de 2020. “Temos 63 estudantes com deficiência visual; 55 com deficiência física; 42 estudantes com deficiência auditiva; 11 com transtorno do espectro autista; 10 com surdez, 10 com deficiência intelectual; três com cegueira; dois com deficiência múltipla e 38 que declararam ter outras deficiências ou necessidades educativas especiais. Do total, 26 estudam no campus de  Governador Valadares e 208 na sede, em Juiz de Fora.  Desse quantitativo, nem todos são atendidos pelo NAI, pois muitos alunos com deficiência não precisam de um acompanhamento sistemático do Núcleo.” 

Dúvidas sobre o ensino remoto

Em caso de dúvidas quanto ao ensino remoto emergencial (ERE), os estudantes com deficiência  podem recorrer ao site específico sobre o assunto criado pela Universidade  ou enviar e-mail ao NAI, nucleo.nai@ufjf.edu.br

“É muito importante que os estudantes com deficiência matriculados no ERE se apresentem aos professores nos primeiros dias de aula, para que possam ser encaminhadas as ações de inclusão em parceria com o NAI.  Os professores também podem fazer uma enquete com a turma para saber se tem algum  aluno com deficiência para, então, solicitar apoio ao Núcleo. Vamos precisar de muita parceria e comunicação nesses primeiros momentos”, orienta Katiuscia Vargas.

Saiba mais:

Ensino Remoto Emergencial

Núcleo de Apoio à Inclusão

Outras informações: nucleo.nai@ufjf.edu.br