O campus da Universidade Federal de Juiz de Fora em Governador Valadares (UFJF) realizou nesta quinta-feira, 20, mais uma doação de álcool em gel para instituições da cidade. A iniciativa desta vez foi do projeto de extensão Ação Cidadania, Juventude e Comunidade (ACJC).
Todo o material – cerca de cem litros – foi destinado para as igrejas católica e presbiteriana, o Instituto Nosso Lar e para duas associações de catadores de resíduos sólidos e materiais recicláveis: Ascarf e Ascanavi. Estas cinco entidades ficam no bairro Turmalina, onde o projeto de extensão desempenha suas atividades, todas elas dedicadas a reduzir a exposição de jovens do local a situações de violência e criminalidade.
Segundo a presidente da Ascanavi, a doação veio em boa hora, já que o álcool que os catadores compraram usando os próprios recursos estava chegando ao fim, e a entidade precisaria adquirir mais quantidade do produto, o que geraria impactos financeiros para os trabalhadores, que tiveram uma considerável queda na receita por conta da pandemia. “É caro! E a gente não está fazendo para pagar nem as contas da associação”, lamentou Raquel Silva. Segundo ela, o álcool recebido vai dar para muito tempo, o que já dá uma aliviada no orçamento.
Os recursos para a produção do álcool foram obtidos com os professores do Departamento de Direito, ao qual o responsável pelo projeto, Bráulio Magalhães, é vinculado. E todo o processo de fabricação foi coordenado pelo docente do Instituto de Ciências da Vida (ICV), Ângelo Denadai.
De acordo com Magalhães, dadas as suas características, bairros como o Turmalina sofrem mais com os efeitos da pandemia se comparados a outras regiões da cidade. E foi justamente essa situação de vulnerabilidade que motivou o desenvolvimento de ações no local:
“Diante do cenário de contaminação em Governador Valadares, e ciente das limitações ainda maiores para públicos de bairros mais vulnerabilizados, também pelas estatísticas que apontam preocupações quanto às dificuldades de manutenção do distanciamento social – sobretudo porque nesses bairros as pessoas, na grande maioria, não tem a opção de ficarem em casa e por isso saem para trabalhar ou buscar algum bem ou gerar alguma renda – e com isso acabam se contaminando mais, definimos atuar não apenas na colaboração com buscas de doações e apoio para produção e distribuição de álcool, além das máscaras”, explicou o professor.
A doação de máscaras a que se refere o coordenador foi desenvolvida em parceria com outra iniciativa do campus, e junto com a ação desta quinta-feira compõe um série de atividades que o ACJC realiza desde o início da pandemia para a proteção das populações mais vulneráveis.
Esse trabalho inclui, por exemplo, a produção de vídeos e podcasts com informações e orientações sobre a covid-19, que são veiculados no Instituto Nosso Lar e no Centro de Prevenção à Criminalidade e é replicado em grupos de estudantes e idosos. Além disso, o projeto de extensão confeccionou uma cartilha sobre exploração sexual infantil, crime que segundo estimativas iniciais poderia crescer cerca de 30% por conta do isolamento domiciliar.