Iniciativa visa divulgar conhecimento na área para além das salas de aulas (Foto: Pixabay)

O Grupo de Estudos em Botânica (Gebot), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), está promovendo, através do projeto “Chá Botânico On-line”, uma série de lives em comemoração ao seu primeiro ano de atividade. A iniciativa visa divulgar a botânica para além da sala de aula com temas atuais e que despertem a curiosidade. As transmissões, acontecem toda terça-feira, às 18h, no Instagram, com exceção do encerramento na sexta, 28.

Nesta terça-feira, 11, a consultora ambiental e doutora pela Pós-graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza da UFJF,  Kelly Antunes, aborda métodos práticos em botânica e sua aplicação na consultoria ambiental e em projetos de conservação. “A Live mostra aos alunos que a biologia é um ramo amplo, e que é possível, através de métodos como os de botânica – aprendidos nas aulas teóricas e práticas da Universidade -, aplicá-las na área de trabalho, trazendo mais uma oportunidade de formação para o biólogo, além do campo acadêmico”, explica. 

Embasamento científico
Para a estudante de Ciências Biológicas e uma das organizadoras do evento, Pâmela Timoteo da Silva, é importante que haja uma discussão de assuntos científicos para além do meio acadêmico. “Nos últimos tempos, estamos vendo a crescente disseminação de fake news, e muitas delas estão ligadas ao meio científico. As fake news sempre existiram e, no meio da botânica, não é diferente. Nosso intuito é ser uma fonte segura de debates com embasamento científico, aberto ao público. Enquanto não for possível a realização dos nossos chás da forma presencial, vamos promover conversas sobre botânica por meio das lives, o que está sendo uma ótima oportunidade para as pessoas que têm dificuldade de chegar à UFJF e que podem participar no Instagram.

No primeiro encontro, na última terça-feira, a bacharel e licenciada em Ciências Biológicas, Jaqueline Cerqueira, e o biólogo e mestre em Biodiversidade e Conservação da Natureza, Thiago da Silva Novato, abordaram a etnobotânica através de pesquisas sobre a riqueza de saberes populares das benzedeiras de Juiz de Fora, e a relação dos apanhadores de flores Sempre Vivas.

O evento marcou o início das atividades remotas do grupo.

Plantas x Coronavírus
No dia 18 deste mês, o mestrando de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Matheus Aragão, apresenta o tema “Plantas x Coronavírus: o estudo da planta para o tratamento, vacina e diagnóstico do novo coronavírus”. Durante a live, Aragão mostra como as plantas já ajudaram em diversas doenças, por métodos tradicionais, como a extração de compostos químicos e suas diferentes formas de ação no organismo. 

“No decorrer do bate-papo, será abordada a linha de pesquisa que eu atuo no Laboratório de Genética e Biotecnologia da UFJF, e o trabalho que estamos desenvolvendo. Pretendemos usar a Engenharia Genética e a Bioinformática para selecionar um anticorpo humano contra o SARS-Cov2; fabricar o DNA que é responsável pela sua produção, e fazer com que a planta (tabaco) expresse esse DNA, ou seja, fazemos com que a planta produza o anticorpo humano.”

Cores, cheiros e substâncias medicinais
No dia 25, o mestrando em Botânica da Universidade de São Paulo (USP) e um dos idealizadores do Gebot, durante a graduação na UFJF, Francisco Montessi, ministra a live “Cores, cheiros e substâncias medicinais: por que e como as plantas os produzem”? De acordo com Montessi, o assunto não é somente de interesse para o estudante de Biologia, mas para qualquer um que tenha a curiosidade de entender o porquê esses seres podem ser tão belos, perfumados e curativos. 

“As plantas produzem cores, cheiros e substâncias medicinais por razões muito além de serem belas ou úteis para nós. Elas têm um interesse próprio nisso, vamos dizer assim, que as favorece em algum aspecto. O intuito desta live é trazer um outro olhar para essas características, que sempre admiramos, mas com uma perspectiva mais voltada para a planta, discutindo o porquê e como ela as produzem”, destaca.

Nosso papel no mundo
Encerrando o ciclo de debates, na sexta-feira, 28, o ex-professor substituto do Departamento de Botânica da UFJF, Cristiano Ferrara de Resende, discute o tema “Ser humano e meio ambiente: uma conversa sobre o nosso papel no mundo”. Para Resende a ideia é abordar a atuação do ser humano direta e indiretamente no meio ambiente. 

“Há algumas questões que permeiam o interesse de falar sobre o papel do ser humano na natureza, e principalmente analisando as situações demonstradas da “volta” de diversos animais durante a pandemia para ambientes ocupados por nós. 

Gebot
Composto por estudantes dos cursos de Ciências Biológicas, Direito e Geografia, o grupo realiza eventos mensais, em um espaço aberto a discussões sobre temas dentro da Botânica.

Outras informações
@gebotufjf