O parque é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Governador Valadares, resultado da integração entre universidades da cidade e o município para o desenvolvimento da região. (Foto: Dante Rodrigues)

As áreas de inovação e tecnologia do campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) ganharam um importante aliado na manhã desta quinta-feira, 2, com a inauguração do Parque Científico e Tecnológico Figueira do Rio Doce. Iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Governador Valadares, a obra é resultado da integração da UFJF e de outras instituições de ensino superior com o município para alavancar a região.

E quem participou ativamente desse processo de colaboração foi o professor do campus, Hilton Manoel. Atualmente, ele atua como secretário de desenvolvimento do município, mas até poucos meses coordenava um grupo de trabalho da universidade ligado a transferência de tecnologia e empreendedorismo, o GT Inovação.

“Venho defendendo uma política de ciência, tecnologia e inovação dentro do campus e para fora dos muros, transbordando seus efeitos para as políticas públicas municipais. Dessa maior aproximação do espaço do conhecimento com a gestão pública surgiu uma nova proposta de política de desenvolvimento cujo parque tecnológico é um dos principais frutos”, afirmou o docente.

De acordo com Manoel, o próximo passo é avançar com as parcerias e convênios para ampliar a integração entre pesquisadores  da UFJF-GV e de demais universidades, governo e empresas no desenvolvimento de projetos. A intenção é criar uma estrutura para apoiar startups nascentes com programas de pré-aceleração, empresas juniores e outras de maior intensidade tecnológica.

A atual coordenadora do GT Inovação nutre grandes expectativas em relação ao parque. “Como integra os agentes de inovação, ele cria um ambiente que estimula a cooperação da universidade com as empresas, em especial incentivando a transferência de tecnologia. Então, será de grande importância para as ações do campus, pois promoverá estímulo para que o conhecimento gerado no âmbito da universidade possa ser aplicado ao desenvolvimento tecnológico, bem como o incentivo a novas pesquisas”, explicou Nádia Carvalho.

Quem também comemorou a criação do parque foi o diretor-geral do campus, Peterson Andrade. “O desenvolvimento regional depende da soma das ações dos governos, sociedade, empresas e instituições formadoras. Este espaço poderá reunir todos estes atores em favor de objetivos comuns”, afirmou. Embora a UFJF já desenvolva projetos de inovação no município, de acordo com Andrade faltava um espaço para o desenvolvimento dessas iniciativas:

“Agora podemos agregar nossos doutores, mestres e especialistas em projetos que resultarão em investimentos públicos e privados para a cidade. Sabemos da revolução cultural que estamos vivendo com esta pandemia e, por isso, valorizar a ciência e inovação é mais que uma necessidade, é uma urgência. Tivemos que transformar nossos hábitos em um curto espaço de tempo. Essa capacidade criativa precisa compor a formação acadêmica, pois sem inovação ficamos engessados e não desenvolvemos a região, as empresas e as instituições”, destacou o diretor. E finalizou: “é papel do campus contribuir para o desenvolvimento das pessoas, instituições e região leste de Minas Gerais.”

Outra que também tem consciência dessa necessidade de protagonismo da universidade pública no cenário regional é Ana Carolina Pereira Fernandes. Estudante de Ciências Econômicas da UFJF-GV e estagiária na Secretaria de Desenvolvimento, ela acompanhou o processo de criação do parque:

“Faz parte do estudante da universidade pública contribuir para o desenvolvimento local, gerar um retorno para a população. E esse projeto me traz um pouco do cumprimento dessa responsabilidade”, afirmou a estudante, que ainda classificou como “inspirador” participar de iniciativa que considera “um legado para o município.”