A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) é uma das integrantes da pesquisa internacional Reações Físicas, Psicológicas e Cognitivas à Covid-19. Realizada de forma multicêntrica no Brasil, o objetivo é investigar os efeitos físicos, psicológicos e cognitivos causados pela doença durante e no período pós-pandemia. O estudo conta com a participação simultânea de pesquisadores de outros cinco países – China, Índia, Austrália, Portugal e Irã -, além de seis instituições brasileiras. 

Pesquisadores buscam compreender a doença e ajudar no gerenciamento dos problemas sociais mais amplos associados ao quadro epidemiológico (Imagem: Miroslava Chrienova;/Pixabay)

Os pesquisadores se organizaram para compreender a doença e ajudar no gerenciamento dos problemas sociais mais amplos associados ao quadro epidemiológico, considerando os impactos de fatores culturais, políticos e socioeconômicos. A partir desses questionamentos, a equipe elaborou um formulário, por meio do qual realiza um levantamento sobre as principais reações às pandemias, incluindo comportamentos e reações emocionais e defensivas.

Segundo a professora da Faculdade de Fisioterapia e do Programa de Pós-graduação em Psicologia, e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Neurociências (Gepen) da UFJF, Cláudia Mármora, diante da complexidade dos fatores psicológicos e comportamentais envolvidos no quadro epidemiológico, a pesquisa busca conhecer com profundidade como o comportamento das pessoas influencia no contágio e na prevenção da doença. “Na verdade, esses fatores desempenham um papel vital para a mudança de comportamento, por exemplo, na aderência à vacinação, no distanciamento e isolamento social, bem como nas práticas de higiene, como lavar as mãos e assoar apropriadamente o nariz. Elas são vitais para conter a disseminação da infecção. A não adesão à vacinação é um problema generalizado, mesmo durante epidemias, ou pandemias globalizadas”, explica.

Surto destrutivo
A pesquisa busca descrever comportamentos desadaptativos e reações emocionais e defensivas; analisar os fatores de vulnerabilidade psicológica que contribuem para a propagação de doenças e angústias emocionais; perceber o impacto do isolamento social, o papel da mídia e da disseminação do coronavírus e seus impactos na saúde física, mental e cognitiva da população; além de identificar maneiras eficazes para lidar com esses problemas psicológicos e, posteriormente, desenvolver algumas das implicações para políticas de saúde pública, incluindo intervenções adequadas para a comunicação de riscos.

Cláudia aponta que, na maioria dos países latino-americanos, os sistemas de saúde não estão preparados para a pandemia devido a limitações na capacidade de financiamento, infraestrutura de saúde precária, falta de equipamentos e escassez de profissionais de saúde, aumentando o risco de um surto destrutivo. “Além disso, as práticas de higiene, como lavar as mãos com sabão, usar álcool gel, espirrar na dobra do braço, evitar tocar nos olhos, nariz e boca, usar máscaras faciais, colocar tecidos diretamente em uma lixeira, e o distanciamento social não são totalmente seguidos, especialmente em países como Brasil e México.”

A pesquisa também busca analisar a maneira como as pessoas lidam com a ameaça de infecção pandêmica e suas sequelas, como a perda de entes queridos, e são ainda mais importantes para entender e gerenciar problemas sociais mais amplos associados a pandemias, como fatores envolvidos na disseminação do medo excessivo.

Pesquisadores
No Brasil, o projeto é idealizado pelo professor José Aparecido da Silva, da Universidade de São Paulo (USP); e conta com a participação dos pesquisadores Jorge Tostes, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei); Cláudia Mármora e Alberto Abad, da UFJF; Juliana Silva e Mayra Ponti, da USP-Ribeirão Preto; Luis Antonio Campos, da Universidade Católica de Petrópolis (UCP); Scheila Paiva, da Universidade Federal de Sergipe (UFS); e Leonardo de Freitas e Lucas Teixeira, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal).

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