Marcado pela luta histórica de mulheres em busca de melhores condições trabalhistas, direitos sociais e políticos, o mês de março contará com diversos eventos promovidos pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e diversos coletivos da cidade.

“Teoria da reprodução social e a Greve Internacional de Mulheres”, aconteceu nesta sexta, 6 (Foto: Gustavo Tempone)

Com o intuito de discutir o papel da mulher na sociedade, segue até este domingo, dia 8, o “8M Unificado UFJF – Viver sem violência e com liberdade”, ação organizada em conjunto com o fórum de coletivos 8M Juiz de Fora, Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFJF (Sintufejuf) e a Associação dos professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes). 

O evento contempla atividades  desde roda de conversas, mesas-redondas, palestras em ambientes diversos como nas ruas, nos anfiteatros da Universidade e no Jardim Botânico. Segundo a secretária geral da Apes e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Raquel Von Randow, a parceria do setor com a comunidade e outras entidades como o Sintufejuf e o 8M não é nova. “A troca de ideias e experiências enriquece a luta e a soma das forças nos eventos e mobilizações é muito importante para a visibilidade da luta. O evento unificado tem este propósito de unir a Universidade e a comunidade em uma coisa só”.

Para a presidente da Apes, Marina Barbosa, é importante que o setor participe ativamente da luta das mulheres. “A construção da nossa luta é constitutivo e intrínseca à luta geral dos trabalhadores e trabalhadoras do país e de qualquer lugar do mundo. A Apes está nisso por entender que esse é um componente estrutural e estratégico em defesa da educação, dos direitos, da sociedade democrática e daquilo que nos permite ter uma vida mais digna”.

A articuladora do Fórum, Lucimara Reis, destaca que “desde 2017, Apes e Sintufejuf têm participado do Fórum e das movimentações. Discutem em suas assembleias a Greve de Mulheres, indicam a adesão e com relação as TAEs, elas bravamente têm paralisado suas atividades desde 2017. Temos muitos debates importantes a fazer relacionados às questões de gênero e nenhum deles é deslocado da conjuntura que vivemos”, relata.

Confira a programação geral no evento do Facebook.

É pela vida das mulheres

Organizado por diversos coletivos de mulheres, entre eles o Maria Maria, acontece neste sábado, 7, o ato político “É pela vida das mulheres”. O evento se concentra às 9h no Parque Halfeld e faz parte de uma série de manifestações ocorridas em todo país.

O Maria Maria iniciou sua atuação na UFJF em 2006 e, faz parte da organização do “8 de Março” e outros movimentos na cidade. De acordo com a integrante do coletivo, Laiz Perrut, este é o primeiro grande ato de rua do ano e destaca a importância da Universidade dentro do coletivo. “A Universidade é um terreno fértil para se pensar em igualdade, diversidade, direitos e democracia. Com isso é muito importante que cada vez mais surjam movimentos feministas dentro dela. Esperamos que isso potencialize nosso jeito de pensar e contribua para o fim da violência e da desigualdade entre homens e mulheres”. 

Em seguida, às 12h, acontece na Praça da Estação o Festival Mariele Franco. O evento conta com uma feira com mulheres da economia solidária, coletivos e organizações feministas. Haverá ainda venda de produtos, apresentações de música, dança, poesia e circo com mulheres da cidade.

Confira a programação completa.

Por mulheres

Interessados podem conferir a mostra e realizar empréstimos dos livros expostos durante o mês de março (Foto: Gustavo Temnpone)

Como uma forma de homenagear as mulheres, a Biblioteca Central da UFJF organizou uma exposição de livros escritos por mulheres, tendo como objetivo principal divulgar as obras das autoras. Os interessados podem conferir a mostra e realizar  empréstimos dos livros expostos durante todo o mês de março. 

A iniciativa teve como inspiração o movimento denominado Leia Mulheres,  originado em 2014 com a escritora Joanna Walsh, que propôs o projeto #readwomen2014 (#leiamulheres2014), que consistia basicamente em ler mais escritoras. Em 2015, a mobilização chegou ao Brasil através de Juliana Gomes, que convidou as amigas Juliana Leuenroth e Michelle Henriques para transformarem a ideia de Joanna Walsh em algo presencial em livrarias e espaços culturais. 

Segundo a bibliotecária e responsável pela exposição, Fabíola Rubim, a seleção foi feita buscando abarcar uma grande variedade de escritoras. “Foi inicialmente buscando autoras de Juiz de Fora, mas fazendo uma procura bem ampla, tendo a primeira ganhadora do Prêmio Nobel de literatura, a primeira escritora latino-americana a receber também o Nobel, as primeiras mulheres da  Academia Brasileira de letras e outras autoras importantes. A seleção foi bem eclética e a ideia é atingir todos os públicos, todos os gostos. Temos desde literatura clássica contemporânea até outros gêneros, como poesias, contos, crônicas, romances”.

Entre as obras estão autoras estrangeiras e juizforanas como Isabel Allende, Lygia Fagundes Telles, Cecília Meirelles, Rachel de Queiroz, Virginia Woolf, Alice Walker, Ana Cristina Cesar, Dinah Silveira de Queiroz, Hilda Hilst, Marina Colasanti, Nélia Piñon, Zélia Gattai, Cleonice Rainho, Rachel Jardim. 

Outras informações:

É pela vida das mulheres : Facebook 

8M Unificado: Facebook

Biblioteca Central UFJF: (32) 2102-3751 / 3767