A tese desenvolvida pela enfermeira Denise Cristina Alves de Moura analisa o estresse psicossocial no trabalho e a prevalência de depressão dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Neste contexto, a pesquisa observa as relações desses problemas com as características de saúde, de vida e de trabalho. Quatrocentos profissionais de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Juiz de Fora fizeram parte do estudo que foi realizado por meio do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
De acordo com Denise, a pesquisa aponta que a prevalência de sintomas depressivos entre os ACS foi de 20,6%. Além disso, o estudo revelou que fatores como possuir baixa ou moderada capacidade para o trabalho, baixo apoio social e pertencer às classes econômicas C, D e E configuram condição de risco para a prevalência de sinais e sintomas de depressão. Em relação ao estresse psicossocial no trabalho, a enfermeira conta que foi utilizada a escala Modelo Demanda-Controle para a avaliação. “Nesse contexto, houve predomínio do trabalho de alta exigência entre os ACS (32,5%), que é o grupo de exposição para o estresse psicosocial no trabalho”, pontua.
A pesquisadora avalia que com os resultados obtidos é possível estabelecer estratégias de melhoria das condições de saúde, bem como dos processos de trabalho, além de evidenciar a importância da abordagem dos problemas de saúde mental. “Nesse sentido, torna-se necessária a implementação e o acompanhamento de métodos de manejo das fontes geradoras de depressão e estresse para os trabalhadores em questão.”
Para a professora orientadora, Rosangela Maria Greco, o estudo é relevante à medida em que aborda transtornos mentais, como a depressão que, segundo ela, é considerada uma das mais importantes causas de incapacidade da população potencialmente trabalhadora. “Os ACS, que são trabalhadores inseridos na Atenção Primária à Saúde, estão expostos às demandas inerentes à atenção integral, às necessidades de saúde da população, às cargas desencadeadas pelo convívio com situações de pobreza, desigualdades sociais, limitações do sistema de saúde, precarização das condições laborais e à defasagem de planos de cargos e salários.” Nesse cenário, ela ressalta que é necessário olhar para as condições de vida, de saúde e de trabalho desses profissionais, pois “eles são um elo importante nas políticas de saúde e imprescindíveis para o Sistema Único de Saúde.”
Contatos:
Denise Cristina Alves de Moura – (doutoranda)
denisematipo@yahoo.com.br
Rosangela Maria Greco – (Orientadora – UFJF)
romagreco@gmail.com
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Rosangela Maria Greco – (Orientadora – UFJF)
Profa. Dra. Isabel Cristina Gonçalves Leite – (Co-orientadora – UFJF)
Profa. Dra. Cristina Arreguy Sena – (UFJF)
Profa. Dra. Marluce Rodrigues Godinho – (UFJF)
Profa. Dra. Angélica da Conceição Oliveira Coelho – (UFJF)
Prof. Dr. José Carlos Tavares da Silva – (UCP)
Profa. Dra. Carla Ferreira de Paula Gebara – (UCP)
Outras informações: (32) 2102 – 3830 – Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC)