Da esquerda para a direita: professor Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis Jácome, mestranda Nayara Rios Cunha Salvador, professor Neil Franco Pereira de Almeida e professor Ernesto Sérgio Bertoldo (foto: arquivo pessoal)
Compreender como e se a presença de alunas e alunos trans desencadeia processos de manutenção e/ou ruptura nos padrões de cis/heteronormatividade e de transfobia presentes na sociedade. Esse foi um dos principais objetivos da dissertação da professora Nayara Rios Cunha Salvador. A pesquisadora obteve informações de 12 participantes no contexto da educação básica, sendo cinco mulheres e sete homens trans, com idades entre 15 e 27 anos, das cidades de Rio das Flores e Valença (RJ). O estudo foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Nayara conta que a escolha do tema se deu mediante inquietações referentes ao seu fazer diário como professora. Ela revela que presenciou situações de transfobia e de invisibilização com as pessoas trans no ambiente escolar. Além das entrevistas com os jovens, a docente realizou um levantamento bibliográfico dos textos produzidos entre 2014 e 2018 a respeito de pessoas trans na educação e utilizou referenciais teóricos críticos e pós-críticos em educação.
Os resultados da dissertação apontam processos de resistência, que indicam ruptura nos padrões de heteronormatividade e transfobia nas escolas. Entretanto, Nayara avalia que é possível perceber, também, que há um processo de fracasso escolar (abandono e evasão) “causado pela recusa, invisibilização e violência simbólica a que estão expostas pessoas trans nas escolas.”
O orientador da pesquisa, professor Neil Franco Pereira de Almeida, ressalta que, ancorado no levantamento bibliográfico realizado, “o estudo enfoca em discentes da educação básica da região sul do estado do Rio de Janeiro, espaço geográfico que não havia sido lócus investigativo”. Da mesma forma, destaca a importância das experiências escolares de transmasculinos, sujeitos, segundo ele, pouco ressaltados em estudos acadêmicos; bem como a relação entre a educação e pessoas travestis, transexuais e transgêneras. Além disso, o orientador avalia que “a investigação torna-se um veículo de esclarecimento e denúncia no que se refere aos impasses que norteiam a inserção e permanência de pessoas trans no espaço escolar, em especial, ao vislumbrar as precariedades latentes neste espaço que geram obstáculos para que a diferença seja reconhecida e respeitada.”
Contatos:
Nayara Rios Cunha Salvador – (mestranda)
nayara616@yahoo.com.br
Neil Franco Pereira de Almeida – (orientador)
neilfranco010@hotmail.com
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Neil Franco Pereira de Almeida – (orientador – UFJF)
Prof. Dr. Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis Jácome – (UFJF)
Prof. Dr. Ernesto Sérgio Bertoldo – (UFU)
Outras informações: (32) 2102-3665 – Programa de Pós-Graduação em Educação