Pesquisadores falaram sobre a importância de recursos financeiros e humanos e sobre os riscos da redução da biodiversidade (Foto: Maria Otávia Rezende/UFJF)

“A sociedade precisa internalizar a importância do valor econômico e ambiental das áreas protegidas.” Este foi um dos alertas dados pelo professor adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Leandro Martins Fontoura, nesta sexta, no 7° Seminário do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGeo) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

Tendo como tema da mesa “A geografia e os desafios socioambientais”, Fontoura apresentou suas pesquisas sobre as áreas de preservação, e falou sobre o ICMS Ecológico, um importante instrumento de conservação do Meio Ambiente, entre outras questões. “A geografia tem a capacidade de tratar recursos hídricos, recursos do solo. Se não houvesse áreas de preservação, o potencial de geração de energia elétrica, por exemplo, não seria o mesmo que conhecemos. Os desafios para a preservação não são apenas recursos financeiros, mas também recursos humanos, pois, em muitas unidades de conservação, há uma equipe limitada,” afirmou.

Professor da Unesp, José Gilberto Souza falou sobre conceitos de territorialização do monopólio e de monopolização do território (Foto: Maria Otávia Rezende/UFJF)

Em seguida, o professor Juscelino Eudâmidas Bezerra, da Universidade de Brasília (UnB), destacou outro desafio socioambiental: o agronegócio. Bezerra apresentou questões como governo e sua relação com a agenda ambiental; redes de produção global; e novos instrumentos de governança; e relacionou os temas à produção de soja no país. 

A primeira etapa da mesa terminou com a apresentação do professor José Gilberto de Souza, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro. Ele reforçou o agronegócio como sendo um dos principais desafios. Abordou ainda como a produção da cana-de-açúcar afeta a divisão de territórios. “Temos dois conceitos fundamentais: a territorialização do monopólio e a monopolização do território. Isso gera para nós algumas determinações concretas, sobretudo na lógica de uma perspectiva de apropriação e poder do espaço a partir do agronegócio, que leva a um padrão de homogeneização da paisagem, à redução da biodiversidade e da diversidade produtiva,” explicou.