“A sociedade precisa internalizar a importância do valor econômico e ambiental das áreas protegidas.” Este foi um dos alertas dados pelo professor adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Leandro Martins Fontoura, nesta sexta, no 7° Seminário do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGeo) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Tendo como tema da mesa “A geografia e os desafios socioambientais”, Fontoura apresentou suas pesquisas sobre as áreas de preservação, e falou sobre o ICMS Ecológico, um importante instrumento de conservação do Meio Ambiente, entre outras questões. “A geografia tem a capacidade de tratar recursos hídricos, recursos do solo. Se não houvesse áreas de preservação, o potencial de geração de energia elétrica, por exemplo, não seria o mesmo que conhecemos. Os desafios para a preservação não são apenas recursos financeiros, mas também recursos humanos, pois, em muitas unidades de conservação, há uma equipe limitada,” afirmou.
Em seguida, o professor Juscelino Eudâmidas Bezerra, da Universidade de Brasília (UnB), destacou outro desafio socioambiental: o agronegócio. Bezerra apresentou questões como governo e sua relação com a agenda ambiental; redes de produção global; e novos instrumentos de governança; e relacionou os temas à produção de soja no país.
A primeira etapa da mesa terminou com a apresentação do professor José Gilberto de Souza, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro. Ele reforçou o agronegócio como sendo um dos principais desafios. Abordou ainda como a produção da cana-de-açúcar afeta a divisão de territórios. “Temos dois conceitos fundamentais: a territorialização do monopólio e a monopolização do território. Isso gera para nós algumas determinações concretas, sobretudo na lógica de uma perspectiva de apropriação e poder do espaço a partir do agronegócio, que leva a um padrão de homogeneização da paisagem, à redução da biodiversidade e da diversidade produtiva,” explicou.